domingo, 1 de agosto de 2010

The Nightmare Project - Parte 7: Wes Craven's New Nightmare


Que saudades do Freddy! Tive muitas coisas para fazer nesse meio tempo, mas já estou de volta para assistir os dois filmes restantes da saga Freddy Krueger: “Wes Craven's New Nightmare” e “Freddy vs. Jason”.

“New Nightmare” marca a volta de dois grandes nomes do universo de Nightmare on Elm Street: o criador do Freddy e diretor do original, Wes Craven, e a Nancy do original, Heather Langenkamp. O trio Craven/Langenkamp/Krueger é responsável pelos três melhores filmes da série, e isso não é uma coincidência!

Mas se a Nancy morreu no terceiro filme, como Langenkamp está de volta? Ai que entra a criatividade de Wes Craven e a originalidade do filme! Esse é o filme mais diferente da série, ele se passa no mundo “real”, nos bastidores da filmagem de mais um Nightmare on Elm Street. Nele Langenkamp interpreta ela mesmo, e Freddy não é nem um assassino de crianças queimado vivo por pais enfurecidos, ele é uma entidade antiga que canalizou e se alimentou do medo causado pelos filmes do Freddy. E tudo na verdade uma viagem metalingüística sobre o impacto dos filmes de terror na vida naqueles que fizeram o filme e da sociedade. (algo similar com o que Wes Craven fez alguns anos mais tarde, de forma mais engraçadinha, na série Pânico).

Durante uma onda de terremotos e nas comemorações de dez anos do lançamento do Nightmare on Elm Street original, Langenkamp passa a receber telefonemas estranhos e seu filho começa a agir de forma bizarra. Aos poucos, algumas cenas clássicas do original, como a do telefone, são reimaginadas e vemos como Freddy marcou a vida de Craven, Langenkamp e Englund. O filme tem poucas mortes - uma delas uma recriação/homenagem da morte de Tina, a primeira da série (essa clássica morte por sinal, já foi feita três vezes ao longo dos filmes!) – e Freddy só aparece mesmo mais para o final do filme, antes só temos indícios da sua presença: a luva, os quatro cortes paralelos e aquela freak cantiga infantil. O desfecho do filme segue uma linha de conto de fadas, mas na forma que os contos de fadas eram originalmente na idade média - assustadores e über-violentos! Ao invés de pedadinhos de pão, o filho de Langenkamp deixa trilha de comprimidos tranqüilizantes, nada mais poético para levá-la ao mundo dos sonhos.

Na minha opinião o filme tem três grandes defeitos: tentaram modernizar o visual do Freddy e ficou patético, ele usa sobretudo e calças de couro; e o pior, mudaram a luva, agora tem garra no dedão também e parece que tem uma estrutura de ossos – simplesmente um insulto!!! Outra coisa que eu não gostei é a cenografia da cena final, depois que Langenkamp toma os comprimidos para salvar seu filho, ela desce ao “mundo” do Freddy, que parece mais o reino e Hades com ruínas gregas e fogo; acho tudo meio artificial, esse embate final seria mais interessante se fosse nas caldeiras tão presente na série! Mas o maior defeito do filme são os péssimos efeitos especiais, talvez sejam os piores da série; a cena em que o filho da Langenkamp atravessa a highway é até bem dirigida, mas os efeitos são tão ruins que tiram qualquer forma de tensão que a cena deveria ter!

O mais incrível é como conseguiram fazer um sétimo filme de uma serie tão interessante e original! Esse pode não ser o filme da série mais assustador – o primeiro é o mais assustador -, ou o mais divertido – o terceiro -, mas com certeza é o artisticamente mais relevante!!! (talvez seja por isso que esse foi o filme de Freddy com pior bilheteria!!!)