quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

New York, concrete jungle where dreams are made... 2


Na primeira noite só sai pra comer por volta da 1 da manhã, acabei perdendo a conexão em Miami e cheguei tarde em NYC. Como estava morrendo de fome e não tava afim de ficar procurando um restaurante, fui para um restaurante coreano que já tinha ido, gostado e sabia que ficava aberto a noite toda. 

O restaurante estava bem diferente, e merda... o cardápio também tinha mudado!!!! Não fazia ideia do que era cada um daqueles pratos! (No dia seguinte descobri que estava em outro restaurante coreano com nome parecido - o que conhecia era num quarteirão abaixo!) 

Escolhi o prato cuidadosamente... fechando o olho e colocando o dedo no cardápio, e chamei o garçom:

Eu: - Boa noite! Vou querer esse gumjjin-blablablá.
Garçom coreano afetado: - Não!!!!
Eu: - Não?!?! Não tem?
Garçom coreano afetado: - Não... Você já comeu esse prato antes?
Eu: - Não...
Garçom coreano afetado: - Você não vai aguentar, você vai comer esse aqui: jeonsang-qualquercoisa!
Eu: - Hã? 
Garçom coreano afetado: - O gumjjin-blablablá é apimentado demais, você vai comer o outro que não tem pimenta!
Eu: - Mas eu gosto de pimenta!
(Risinho complacente) Garçom coreano afetado: - Vou te trazer o jeonsang-qualquercoisa!

Desmoralizado por que um garçom de macheza duvidosa achou que não sou homem o suficiente para comer um prato tipico coreano, acabei aceitando a "sugestão" pois a fome tava forte... e, se insistisse, ia acabar comendo um prato apimentado e cuspido!!!!! 

Ainda bem, pois o prato "sem pimenta" já era apimentado pra cacete!!!!

New York, concrete jungle where dreams are made...

Essa viagem já faz mais de seis meses, mas teve umas historias que merecem ser contadas e ultimamente várias pessoas me cobraram sobre o blog... então vai lá, entremos em nosso DeLorean e voltemos a maio de 2013!!! (baseado nos rascunhos que escrevi na viagem e da minha memoria não tão boa assim!)

Tem um filme do George Clooney chamado “Up in the air” (que eu me recuso a chamar pelo ridículo nome em português!), em que o personagem do Clooney faz um discurso mais ou menos assim:


“Quanto a sua vida pesa? Imagine por um segundo que você está carregando uma mochila. Eu quero que você coloque nela todas as coisas que você tem em sua vida, começando com as pequenas como as coisas das prateleiras, das gavetas; em seguida, coloque as coisas maiores: roupas, coisas da mesa, lâmpadas, sua TV - mochila deve estar ficando bem pesado agora – coloque mais... seu sofá, seu carro, sua casa - Eu quero que você coloque todo nessa mochila.


Agora eu quero que você a encha com as pessoas. Comece com conhecidos casuais, amigos de amigos, pessoas ao redor do escritório, e então você passe para as pessoas que você confia com os seus segredos mais íntimos, seus irmãos e irmãs, seus filhos, pais e, finalmente, o seu marido, esposa, seu namorado, sua namorada - sinta o peso da bolsa. Não se engane, seus relacionamentos são os componentes mais pesados ​​em sua vida...”


Ele usa esse discurso para falar que todas essas negociações e argumentos e segredos estão nos comprometendo. Que nossas relações são pesadas demais, que nos deixa mais lentos e isso nos mata. EU DISCORDO! Essa mochila é pesada, mas é o peso dessa mochila que me equilibra e dá apoio. Quando estou cansado demais, apenas relaxo, encosto nessa mochila e ela me impede de cair!


Porém, essa mochila é realmente muito pesada. E, por uma semana – apenas uma semana – de tempos em tempos, tenho que tirar essa mochila das costas e andar livremente. Por isso que preciso desses “walkabouts”.  E tem lugar melhor para isso que New York?! O único lugar onde posso tomar café da manha na Tiffany com Holly Golightly, festejar com Jay Gatsby, falas sobre o nada com Seinfeld, sofrer neuroses com Woody Allen...


E, dessa forma, tenho força para colocar essa mochila nas costas novamente e enche-la mais ainda!!!