terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Suprema (IN)Felicidade


Sabe quando dizem que você nunca se esquece como se anda de bicicleta? Ou nunca se esquece como se dirige? O mesmo não pode ser dito de sobre dirigir um filme!! Pelo menos foi o que Arnaldo Jabor provou com A Suprema Felicidade. Nunca tinha assistido a um filme dele, mas Toda Nudez Será Castigada ganhou um Urso de Prata no festival de Berlin e Eu Sei Que Vou Te Amar foi indicado a Palme d'Or em Cannes, portanto vou concluir que esses filmes tinham alguma qualidade. Só que ele passou 24 anos sem fazer um filme... e esse tempo parado fez MUITO mal para ele!

Nesses 24 anos o cinema nacional se reergueu e evoluiu incrivelmente. A única coisa que Jabor conseguiu com esse filme foi um retrocesso em 30 anos de cinema brasileiro. Jabor ainda está preso na chanchada e Cinema Novo, daqueles filmes meio de bordel que assistíamos na Band na esperança de ver peitinho! Sim, nesse filme temos peitinhos, alguns de muita qualidade como os da lindíssima Tammy Di Calafiori (que mulher linda!), mas como li num blog “peitinho nunca salvou um filme (senão, todos os Porky's seriam clássicos)”.

O filme conta de forma não linear (adoro filmes não lineares, mas esse foi a exceção!) a história de Paulo, mas é cheio de tramas paralelas como: o relacionamento dos pais (o pai não ama a mãe em si, mas o fato que ela depende dele, o que a torna infeliz; ou seja, ele ama o fato da mulher ser infeliz ao lado dele!), o amigo gay (que some no meio do filme), o avô boêmio que fica maluco, uma prostituta maluca que ele se apaixona que é assombrada pelo espírito da mãe (?!?), e outras milhares de histórias sem relevância.

Isso sem contar as cenas bizarras como a seqüência da vidente (que tem uma família toda cega) e diz pra mãe de Paulo para tomar cuidado com uma bailarina. E imediatamente após, corta para um teatro (supostamente) infantil, onde uma bailarina anã é morta por um marido anão ciumento. Isso era para ser uma homenagem a Fellini?! Ou era para satisfazer a cota de anões no filme?! Outra cena sem relevância: a cena em que a rua é invadida por um bloco de carnaval e todos começam a dançar, beirando ao musical. Outra cena bizarra, desnecessária e (muito) mal feita: Paulo vai num puteiro extremamente baixo nível (baixo nível mesmo! as putas são grotescas, pior Eixão no meio-dia!); vê uma puta não tão baixo nível, mas ela some; ele vai procurá-la no prédio e encontra uma puta gorda com os peitos de fora e uma criança no colo; de repente corta para uma cena em que uma navalha corta alguém e volta para Paulo, que ouve um grito e sai para a janela ver o que é, e vê a mesma puta que ele havia encarado aparece cortada, sangrando, enquanto um marinheiro com uma navalha foge. Isso tudo ao som de uma opereta...

E as interpretações, na verdade a falta delas (com exceção de Marco Nanini)!!!! Quando você pensa que a Elke Maravilha não é uma má atriz, é por que o resto do elenco é MUITO ruim!!! Existem três explicações para um elenco inteiro ser tão ruim assim: primeira, a pessoa responsável pelo casting é muito incompetente; segunda, ele está devendo muitos favores e teve que contratar alguém da família de todos os seus amigos; e terceiro, um diretor que não sabe dirigir atores! Não sei por que, mas acho a terceira opção mais plausível...

O filme é uma junção de cenas desconexas, retrógrado, que não flui,... e principalmente chato! Mas para não falarem que eu só vejo o lado negativo das coisas, o filme tem uma frase boa (“não existe felicidade, apenas alegria”), a Tammy Di Calafiori é muito bonita (por isso coloquei uma foto dela para ilustrar o post) e gostei muito da companhia!