terça-feira, 14 de dezembro de 2010

The Social Network


Há um pouco mais de um ano, quando ouvi que fariam um filme sobre o Facebook, pensei: "Wow, Hollywood está realmente sem idéias, vão fazer um filme sobre um site! Que coisa chata!!! Vai ser o quê? Duas horas mostrando um nerd programando um substituto para a vida social que ele não tem?! Qual vai ser o próximo plot genial para um filme, a invenção do papel higiênico?!" E para piorar é um site que eu nem curto muito! Mas então descobri que o diretor seria David Fincher...


David Fincher é um diretor que ainda não errou! Dos sete filmes que ele fez, os sete são bons! OK, "Alien 3" não é tão bom quanto os dois primeiros, mas ainda é um filme bom e muito digno! Em compensação "Se7en", "Vidas em Jogo", "Zodíaco" e, principalmente, "Clube da Luta" são filmes que tendem a perfeição! Isso sem contar clipes clássicos de Madonna ("Express Yourself", "Vogue", "Bad Girl"...), Billy Idol, Nine Inch Nails, George Michael, Michael Jackson...

Mas ainda assim estava de pé atrás, esperava mais de "O Curioso Caso de Benjamin Button"... e é um filme sobre o Facebook, uma rede social que eu só faço parte para não ser anti-social demais!!

E não é que o filme é bom para... caramba!

O "The Social Network" tem pedigree! Para começar o roteiro é de Aaron Sorkin, um dos melhores roteiristas da TV (The West Wing e a menos conhecida, mas também excelente Sports Night). E a trilha sonora é de Trent Reznor, do Nine Inch Nails, que eu adoro.

O filme mostra a história de como Mark Zuckerberg criou o Facebook. E pelo filme Mark não é um cara muito legal de se conviver (mas muito divertido de se assistir), ele é um gênio mas é não tem noção de como manter relações humanas, é quase um Sheldon mais realista! Além disso, ele é mesquinho, arrogante, vingativo e invejoso! Nessa epopéia de traições e processos, Mark difama sua ex-namorada na internet; rouba a idéia do site dos gêmeos bonitões Winklevoss e a rêmora deles, Divya Narendra; dá um golpe num dos únicos amigos dele e financiador do Facebook, o meio brasileiro Eduardo Saverin; e foi manipulado/manipulou o criador do Napster.

E por incrível que pareça o "The Social Network" é extremamente ágil e dinâmico, o que não se espera de um filme sobre nerds criando um site. Esse dinamismo não vem só da ótima direção e edição, vem principalmente do excelente roteiro, com diálogos incrivelmente rápidos (rápidos mesmo, algumas pessoas tiveram dificuldade em acompanhar certos diálogos, como o da cena inicial quando Mark metralha a namorada com um dialogo insano) que são característica de Aaron Sorkin!

Jesse Eisenberg também merece destaque por, não só conseguir ser tão verborrágico, criar um nerd tão verossímil (apesar dele, ao lado de Michael Cera, ser especialista em fazer nerds - Zombieland, Adventureland...). Armie Hammer, que faz os gêmeos Winklevoss, está tão bem que nem parece um mesmo ator em dois papéis. (também é muito interessante como um dos gêmeos é honrado e se recusa a processar Mark, por serem todos “gentleman of Harvard”). Mas a maior surpresa para mim é que Justin Timberlake, que está ótimo como Sean Parker, o criador do Napster (além de ser muito irônico um astro da música interpretando o cara que quase destruiu a indústria fonográfica - o que também pode ser encarado como um troco dessa indústria, já que no filme Sean Parker é mostrado como um grandíssimo filho da puta!!).

"The Social Network" é muito mais do que só a história do site, é um tratado sobre relações atuais, de como estamos achando que estamos ficando mais próximos quando, na verdade, estamos ficando cada vez mais sós. Por enquanto, pra mim, esse filme é o melhor do ano. Vamos ver se o psychosexual dance thriller "Black Swan", com a maravilhosa Natalie Portman, vai corresponder às expectativas (que são altíssimas) e vai desbancar "The Social Network"!

PS1: Rogério e Alisson, a formula que Eduardo Saverin escreve na janela no começo do filme é um algoritmo para rankear jogadores de xadrez, que pode facilmente ser usado para rankear mulheres!

PS2: Para aqueles defensores do Orkut, o Facebook não copiou o Orkut, ambos foram lançados no começo de 2004, e antes deles já existiam redes sociais como MySpace e o Friendster. A diferença é que o Orkut só fez sucesso no Brasil e o Facebook ficou restrito a universidades americanas no começo e demorou a chegar ao Brasil. Outra diferença é que o Facebook tem mais de 500 milhões de usuários, e o Orkut... ninguém mais usa o Orkut há mais de cinco anos!!!!

PS3: Apesar de ter conta no Facebook, eu nem gosto!!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Suprema (IN)Felicidade


Sabe quando dizem que você nunca se esquece como se anda de bicicleta? Ou nunca se esquece como se dirige? O mesmo não pode ser dito de sobre dirigir um filme!! Pelo menos foi o que Arnaldo Jabor provou com A Suprema Felicidade. Nunca tinha assistido a um filme dele, mas Toda Nudez Será Castigada ganhou um Urso de Prata no festival de Berlin e Eu Sei Que Vou Te Amar foi indicado a Palme d'Or em Cannes, portanto vou concluir que esses filmes tinham alguma qualidade. Só que ele passou 24 anos sem fazer um filme... e esse tempo parado fez MUITO mal para ele!

Nesses 24 anos o cinema nacional se reergueu e evoluiu incrivelmente. A única coisa que Jabor conseguiu com esse filme foi um retrocesso em 30 anos de cinema brasileiro. Jabor ainda está preso na chanchada e Cinema Novo, daqueles filmes meio de bordel que assistíamos na Band na esperança de ver peitinho! Sim, nesse filme temos peitinhos, alguns de muita qualidade como os da lindíssima Tammy Di Calafiori (que mulher linda!), mas como li num blog “peitinho nunca salvou um filme (senão, todos os Porky's seriam clássicos)”.

O filme conta de forma não linear (adoro filmes não lineares, mas esse foi a exceção!) a história de Paulo, mas é cheio de tramas paralelas como: o relacionamento dos pais (o pai não ama a mãe em si, mas o fato que ela depende dele, o que a torna infeliz; ou seja, ele ama o fato da mulher ser infeliz ao lado dele!), o amigo gay (que some no meio do filme), o avô boêmio que fica maluco, uma prostituta maluca que ele se apaixona que é assombrada pelo espírito da mãe (?!?), e outras milhares de histórias sem relevância.

Isso sem contar as cenas bizarras como a seqüência da vidente (que tem uma família toda cega) e diz pra mãe de Paulo para tomar cuidado com uma bailarina. E imediatamente após, corta para um teatro (supostamente) infantil, onde uma bailarina anã é morta por um marido anão ciumento. Isso era para ser uma homenagem a Fellini?! Ou era para satisfazer a cota de anões no filme?! Outra cena sem relevância: a cena em que a rua é invadida por um bloco de carnaval e todos começam a dançar, beirando ao musical. Outra cena bizarra, desnecessária e (muito) mal feita: Paulo vai num puteiro extremamente baixo nível (baixo nível mesmo! as putas são grotescas, pior Eixão no meio-dia!); vê uma puta não tão baixo nível, mas ela some; ele vai procurá-la no prédio e encontra uma puta gorda com os peitos de fora e uma criança no colo; de repente corta para uma cena em que uma navalha corta alguém e volta para Paulo, que ouve um grito e sai para a janela ver o que é, e vê a mesma puta que ele havia encarado aparece cortada, sangrando, enquanto um marinheiro com uma navalha foge. Isso tudo ao som de uma opereta...

E as interpretações, na verdade a falta delas (com exceção de Marco Nanini)!!!! Quando você pensa que a Elke Maravilha não é uma má atriz, é por que o resto do elenco é MUITO ruim!!! Existem três explicações para um elenco inteiro ser tão ruim assim: primeira, a pessoa responsável pelo casting é muito incompetente; segunda, ele está devendo muitos favores e teve que contratar alguém da família de todos os seus amigos; e terceiro, um diretor que não sabe dirigir atores! Não sei por que, mas acho a terceira opção mais plausível...

O filme é uma junção de cenas desconexas, retrógrado, que não flui,... e principalmente chato! Mas para não falarem que eu só vejo o lado negativo das coisas, o filme tem uma frase boa (“não existe felicidade, apenas alegria”), a Tammy Di Calafiori é muito bonita (por isso coloquei uma foto dela para ilustrar o post) e gostei muito da companhia!

domingo, 31 de outubro de 2010

Depois dos pesadelos...

E agora que terminei todos os filmes do Freddy, faço o quê? Revejo todos os Sexta-feira 13? Iria me divertir muito revendo alguns clássicos como o primeiro, ou o terceiro (em 3D!!!) onde ele consegue a máscara, o quarto (“The Final Chapter”, só tiveram oito depois dele...) ou o melhor de todos, o sexto! Mas será que agüento rever o sétimo com aquela paranormal xarope? Ou o Jason no espaço? Ou o pior deles, o nono, que o Jason mal aparece?!?! Ou revejo todos os Halloweens (que saudades de Jamie Lee Curtis!)? Os devo ver filmes de zombie de Romero? Procurar slasher movies obscuros dos anos 80? Fazer aquecimento para a volta de Pânico, a melhor série de slasher movies (ao lado de Nightmare on Elm Street)? Ou ranquear mortes bizarras de séries como Jogos Mortais ou Premonição? O que fazer...?

The Nightmare Project - Parte 8: Freddy vs. Jason


Finalmente acabei! Depois de seis meses e sete dias terminei de ver todos os filmes de Freddy Krueger. Demorei, não por falta de vontade. Mas, no final das contas, essa demora foi muito bem vinda. Nada mais coerente que grand finale do “The Nightmare Project” ser no dia de Halloween! (na verdade, seria mais coerente se eu tivesse assistindo/analisando a série Halloween; mas, convenhamos, Freddy Krueger kicks Michael Myers’ ass – assim como Freddy fez com Jason no filme a ser comentado nesse post!)

O clima perfeito para um assistir um slasher movie: halloween, chuva... Só um probleminha, o filme em questão, Freddy vs. Jason, não é um dos melhores filmes do Freddy. Não é ruim, é no máximo divertido.


Esse duelo era esperado por anos. A New Line e a Paramount tinham planos de fazer esse filme desde 1987, mas nunca saiu do papel por desentendimentos sobre as licenças das duas séries.


Sempre considerei a idéia desse encontro uma piada, afinal Freddy e Jason estão em “mundos” diferentes. Como eles iam coexistir? Freddy ia sair de férias dos sonhos e acampar em Crystal Lake?! Jason é uma das crianças da Elm Street e mesmo depois de morto ainda tem pesadelos com Freddy?! Mas até que os roteiristas conseguiram chegar numa história plausível (considerando que um homem que morreu queimado consegue voltar nos sonhos e matar os filhos das pessoas que mataram e que um menino que morreu afogado conseguiu voltar da morte com um corpo de um halterofilista de três metros de altura para vingar a morte de sua mãe são histórias plausíveis!).


Os moradores de Springwood finalmente conseguiram matar Freddy. Aparentemente os adultos da cidade perceberam que não é muito normal que todos os adolescentes da cidade morram dormindo depois de crises de paranóia envolvendo um assassino de crianças. Como Freddy se alimenta do medo, eles simplesmente deixaram de alimentar Freddy. Todas as menções sobre sua existência foram apagadas (não se pode nem falar o nome, quase um Voldermort!) e assim que um adolescente começasse a ter pesadelos com ele era mandado para um sanatório para que não “contagiasse” os outros jovens. Além disso, passaram a dar aos jovens Hypnocil, aquela droga experimental supressora de sonhos que Nancy tomava no Nightmare on Elm Street 3: Dream Warriors. Mas Krueger é inteligente demais para ficar sem se alimentar de suas crianças. No inferno, ele finge ser Mrs. Voorhees e manipula Jason a ir matar adolescentes em Elm Street. O modus operandi de Jason é matar adolescentes depois do sexo, ou seja, na maioria das vezes na cama. E claro, quando acham um adolescente assassinado na cama em Springwood, os boatos recomeçam, a paranóia volta a se espalhar pela cidade e os jovens voltam a sonhar e ter medo de Freddy. E assim ele voltou a ser alimentado. Porém, Jason ainda está na cidade e ele é uma máquina de matar, e acaba matando os adolescentes ante que Freddy consiga matá-los. Agora sim, temos um embate. Só falta colocá-los no mesmo plano!!!

Freddy está puto da vida com Jason, toma posse de um adolescente (numa citação a Caterpillar de Alice no País das Maravilhas) e o faz injetar tranqüilizante em Jason. E é assim que descobrimos que mortos também sonham!! Jason é transportado para o mundo de Freddy, e temos o primeiro combate entre luva e facão. No cinema, anos atrás, a luta pareceu ser bem mais legal... Enquanto ocorre essa primeira luta, os incrivelmente estúpidos adolescentes do filme resolvem levar o corpo de Jason de volta para Crystal Lake e lá puxar o Freddy dos sonhos, só para igualar um pouco a luta (!?!?!?)! Por sinal essa segunda luta é bem melhor!

O filme tem todos os defeitos da série Sexta-feira 13: mortes sem criatividade, adolescentes estupidamente burros – Alguém iria numa rave no meio de um milharal sabendo que tem um serial killer que só mata adolescentes a solta?! Esse povo nunca viu Colheita Maldita?! Nunca se deve ir a um milharal!! Milharais são os lugares mais assustadores que existem (depois do lugar das cobras no zoológico, claro!)! – e usar todos os clichês de slasher movies (o que a série Nightmare on Elm Street sempre conseguiu evitar) – fazer sexo e consumir drogas ou/e bebidas alcoólica leva quase imediatamente ao assassinato, a virgem sempre sobrevive, etc. E não usa quase nenhuma das qualidades da série Nightmare on Elm Street (mortes extremamente elaboradas, sonhos sombrios e realmente assustadores, humor negro de Freddy, etc). O filme tem um pouco de humor, graças à integrante do Destiny's Child que não é a Beyoncé: ela tendo que fazer boca a boca no Jason (!?!) é bem divertido e nojento, e quando tenta não mostrar medo pelo Freddy comparando o tamanho das “armas” dos dois monstros garante boas risadas!!
“So you're the one everyone's afraid of? Tell me something. What kind of faggot... runs around in a... Christmas sweater? I mean, come on. Get real. You're not even scary. And let's talk about the butter knives. What is with the butter knives? You trying to compensate for something? Maybe coming up a little short there between the legs, Mr. Krueger? I mean, you've got these teensy-weensy little things, and Jason has got this big ol' thing like...”
As personagens são MUITO ruins! Lori Campbell, a “heroína” do filme, é uma das personagens mais sem graça da história dos slasher movies! Ela consegue ser mais irritante que a Alice do quarto e quinto filme!! É extremamente frustrante não vê-la sendo picotada por nenhum dos dois!

Mas, para mim, o pior do filme é a tentativa de transformar Jason numa vítima!!! Ele é mostrado como uma pobre criança abusada na infância, morreu pela negligencia de adolescentes, passa toda a eternidade tentando ter reconhecimento da mãe maluca, foi manipulado pelo Freddy... coitadinho!!! É patético ver um ícone como o Jason ser tratado assim de forma tão condescendente! No final das contas só serviu para mostrar como o Freddy é muito superior ao Jason...

É, apesar de tantos defeitos, é divertido ver dois ícones do cinema de terror duelando...!


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Rank da série (do melhor para o pior):

1. A Nightmare on Elm Street (1984)
2. A Nightmare on Elm Street 3: Dream Warriors (1987)
3. Wes Craven's New Nightmare (1994)
4. A Nightmare on Elm Street (2010)
5. A Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master (1988)
6. Freddy VS Jason (2003)
7. Freddy's Dead: The Final Nightmare (1991)
8. A Nightmare on Elm Street 5: The Dream Child (1989)
9. A Nightmare on Elm Street Part 2: Freddy's Revenge (1985)

domingo, 1 de agosto de 2010

The Nightmare Project - Parte 7: Wes Craven's New Nightmare


Que saudades do Freddy! Tive muitas coisas para fazer nesse meio tempo, mas já estou de volta para assistir os dois filmes restantes da saga Freddy Krueger: “Wes Craven's New Nightmare” e “Freddy vs. Jason”.

“New Nightmare” marca a volta de dois grandes nomes do universo de Nightmare on Elm Street: o criador do Freddy e diretor do original, Wes Craven, e a Nancy do original, Heather Langenkamp. O trio Craven/Langenkamp/Krueger é responsável pelos três melhores filmes da série, e isso não é uma coincidência!

Mas se a Nancy morreu no terceiro filme, como Langenkamp está de volta? Ai que entra a criatividade de Wes Craven e a originalidade do filme! Esse é o filme mais diferente da série, ele se passa no mundo “real”, nos bastidores da filmagem de mais um Nightmare on Elm Street. Nele Langenkamp interpreta ela mesmo, e Freddy não é nem um assassino de crianças queimado vivo por pais enfurecidos, ele é uma entidade antiga que canalizou e se alimentou do medo causado pelos filmes do Freddy. E tudo na verdade uma viagem metalingüística sobre o impacto dos filmes de terror na vida naqueles que fizeram o filme e da sociedade. (algo similar com o que Wes Craven fez alguns anos mais tarde, de forma mais engraçadinha, na série Pânico).

Durante uma onda de terremotos e nas comemorações de dez anos do lançamento do Nightmare on Elm Street original, Langenkamp passa a receber telefonemas estranhos e seu filho começa a agir de forma bizarra. Aos poucos, algumas cenas clássicas do original, como a do telefone, são reimaginadas e vemos como Freddy marcou a vida de Craven, Langenkamp e Englund. O filme tem poucas mortes - uma delas uma recriação/homenagem da morte de Tina, a primeira da série (essa clássica morte por sinal, já foi feita três vezes ao longo dos filmes!) – e Freddy só aparece mesmo mais para o final do filme, antes só temos indícios da sua presença: a luva, os quatro cortes paralelos e aquela freak cantiga infantil. O desfecho do filme segue uma linha de conto de fadas, mas na forma que os contos de fadas eram originalmente na idade média - assustadores e über-violentos! Ao invés de pedadinhos de pão, o filho de Langenkamp deixa trilha de comprimidos tranqüilizantes, nada mais poético para levá-la ao mundo dos sonhos.

Na minha opinião o filme tem três grandes defeitos: tentaram modernizar o visual do Freddy e ficou patético, ele usa sobretudo e calças de couro; e o pior, mudaram a luva, agora tem garra no dedão também e parece que tem uma estrutura de ossos – simplesmente um insulto!!! Outra coisa que eu não gostei é a cenografia da cena final, depois que Langenkamp toma os comprimidos para salvar seu filho, ela desce ao “mundo” do Freddy, que parece mais o reino e Hades com ruínas gregas e fogo; acho tudo meio artificial, esse embate final seria mais interessante se fosse nas caldeiras tão presente na série! Mas o maior defeito do filme são os péssimos efeitos especiais, talvez sejam os piores da série; a cena em que o filho da Langenkamp atravessa a highway é até bem dirigida, mas os efeitos são tão ruins que tiram qualquer forma de tensão que a cena deveria ter!

O mais incrível é como conseguiram fazer um sétimo filme de uma serie tão interessante e original! Esse pode não ser o filme da série mais assustador – o primeiro é o mais assustador -, ou o mais divertido – o terceiro -, mas com certeza é o artisticamente mais relevante!!! (talvez seja por isso que esse foi o filme de Freddy com pior bilheteria!!!)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Restaurant Week: Villa Tevere, L’Affaire e Corrientes 348!

Ontem o Gordinho queria ir ao Villa Tevere. Ele foi antes e acabou nos deixando com uma imagem bizarra na cabeça, pois ele disse que estava segurando uma mesa de quatro! Chegamos lá o restaurante era muito bonito, parecendo um desses restaurantes com mesinhas nas ruas da Itália que se vê em filmes! E no centro tinha uma fonte, que só serviu para inspirar o Cleiton em mais uma fantasia bizarra que o pessoal do trabalho adora ter na hora do almoço: o Nakinha pelado em cima da fonte mijando no prato das mocréias!

Apesar da imaginação grotesca, a comida estava boa. A entrada foi um ravioli artesanal de bacalhau com coulis de tomate e azeite extra-virgem de manjericão, estava gostosinho mas eu não gosto muito e bacalhau. Depois comemos escalope de filé mignon em redução da própria carne e cerveja escura servido com purê de batata com cream-cheese, farofinha de bacon e ervas. Também estava gostoso, só o que a minha mãe faz é tão mais gostoso!!!! E de sobremesa foi pedaços de brownie de chocolate e nozes, molho de damasco e sorvete de vanilla, e seguindo a mesma linha dos outros pratos, estava gostoso mas nada excepcional!

Hoje fomos almoçar no L’Affaire, por que era o mais perto do Serpro. E assim como o Villa Tevere, estava gostoso mas esperava muito mais! A entrada foi a exceção e estava muito boa. Era uma salada de rúcula com alface crocante, queijo parmesão e croutons com ervas, caponata e dressing de tomate seco ao balsâmico de baunilha e foi a melhor entrada até agora. O resto - medalhões de filé ao molho de shimeji e funghi com risotto de queijo montanhês; e verrine de abacaxi com creme de queijo e chantili, calda de morango e abacaxi com bolacha champanhe – soam melhor na descrição do que realmente são!!!

E hoje no jantar finalmente comemos um prato digno de uma boa nota! Fomos ao Corrientes 348. A entrada foi provolone grelhado, surpreendentemente grande e suave. O prato principal escolhi polvo à parrilla acompanhado de Arroz Provençal (arroz com alho e salsinha), simplesmente fenomenal!!! O polvo estava macio, nem um pouco borrachudo e extremamente saboroso. Melhor polvo que já comi!! A sobremesa foi a única coisa que impediu de ganhar uma nota 10. Creme de papaya com cassis é bom, mas eu posso fazer em casa! Mas para fechar com chave de ouro pedimos a deliciosa panqueca de doce de leite!!!

Notas:
Villa Tevere: 7,5
L’Affaire: 7,5
Corrientes 348: 9,5

terça-feira, 20 de julho de 2010

Restaurant Week: Almoço Parrilla Madrid e BSB Grill!


Mais um dia de Restaurant Week…

Como todo horário de almoço, ficamos discutindo desde as 11 horas para decidir onde ir comer! E como ninguém chega a nenhuma conclusão, acabamos indo no Parrilla Madrid, onde eu tinha jantado na noite anterior. Mas não se preocupem, os pratos eram diferentes (com exceção da sobremesa)!

A entrada foi salada de folhas verdes, alcaparras, tomates e molho de limão. Estava gostosinha, mas era apenas mais uma simples, e esquecível, salada. Nada como aquela salada fantástica do Zuu a.Z. d.Z. com aquele parmesão incrível!

Depois comemos um bife ancho com chantily de alioli com pêra e batatas bravas. A carne estava gostosa, mas nada excepcional. Já o tal do chantily de alioli com pêra era deliciosamente estranho, era literalmente um chantily com gosto de alho que combinava muito bem com a carne e, principalmente, com a picante batata brava. Só não identifiquei nenhum vestígio de pêra em lugar algum!

A sobremesa era a mesma do jantar: churros artesanal com doce de leito argentino. E, assim como no jantar, adorei o doce de leite e achei o churros um pouco xôxo. Preferia que fosse servida só uma porção (bem grande) do doce de leite.

No jantar fomos ao BSB Grill, um restaurante que todos adoram, mas eu não sou tão fã! O melhor, na minha opinião, foi mesmo a tradicional esfiha de massa folhada com recheio de carne servida como entrada.

O prato principal foi chorizo Kobe Beef com 9/10 de marmoreio grelhado na brasa com sal grosso, acompanhado, no meu caso, de batata suflê e arroz biro birô. Nunca tinha comido Kobe Beef, mas tenho certeza não serviriam Kobe Beef por esse preço! Mas estava muito gostoso!

A sobremesa eu nem comi! Era um daqueles mousse de chocolate que vem num potinho de plástico e vendem em restaurantes self-services meia boca, e que só tem gosto de gordura hidrogenada! E ainda achei o serviço muito fraco!!!

Notas:
Parrilla Madrid (almoço): 7,5
BSB Grill: 7

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Restaurant Week: Jantar Parrilla Madrid!


Começou o Restarant Week! Se você lê meu blog, sabe que eu vou a vários restaurantes, gasto muita grana e engordo muitíssimos quilos... se não, está sabendo agora (ou não, pois se você não lê meu blog, você não está lendo agora)!!!! Nessa edição tentarei dar uma de Tom Colicchio e fazer a crítica dos restaurantes!


Para começar íamos ao BSB Grill, mas estava fechado pois era segunda-feira! Então fomos tentar o Corrientes 348, mas também estava fechado! (As pessoas não jantam na segunda em Brasília? Deve ser por que os políticos ainda devem estar viajando! Afinal a semana do político é de terça a quinta!)

Por fim conseguimos ir ao Parrilla Madrid. A entrada foi um consommé de tomate fresco com manjericão. Um consommé - que vem do francês e quer dizer consumado - é muito parecido com o caldo, porém é mais claro e leve e geralmente é servido como entrada de uma refeição. Estava até gostozinho mas parecia que faltava algo, como um macarrão em baixo ou até mesmo um cachorro quente!

O prato principal foi cauda de lagosta grelhada com risoto de uvas marinadas no vinho do porto e crispy de presunto cru. O risoto estava muito gostoso; a lagosta estava meio mais ou menos, já comi melhores; e não me lembro de ter crispy de presunto cru, será que eram aqueles pontos vermelhos?!

E a sobremesa foi churros artesanal com doce de leito argentino. Também estava gostoso! O doce de leite estava excelente, mas o churros não estava tão crocante. Ainda prefiro o simples e barato Churros do Tio que comia na época de escola!!!

Nota: 6,5.

sábado, 5 de junho de 2010

NY, NY - Apêndice 4 - Sex and the City 2


Sex and the City é um dos símbolos de NY, assim como o Empire State Building, a Estátua da Liberdade e o Times Square. Então não era de se estranhar que as vésperas da estréia do segundo filme da série a cidade estava mobilizada pelo filme. Não tinha como não reparar no filme. Eram outdoors gigantes, ônibus, as vitrines de várias lojas chiques tinham decorações inspiradas no filme, e isso sem contar que normalmente é possível ver clones de Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha andando pela cidade!

Tenho que confessar que assisti a série quase toda. Na verdade fui praticamente obrigado. Minha mãe adorava, mas meu pai não parava de reclamar que a Sarah Jessica Parker tem cara de cavalo (eu, particularmente, acho que ela tem cara de pé!), e por isso minha mãe ai assistir no meu quarto! O problema era que a Sex and the City começa às 22h45min, e às 22h00min começava 24 Horas. Ou seja, toda segunda-feira eu perdia os 15 minutos finais de 24 Horas! Era sempre a mesma coisa: Jack Bauer ia desativar uma bomba na CTU e BANG, de repente aparecia a Carrie correndo atrás do ônibus com aquela saia esquisita; ou, a estúpida da Kim Bauer fazia uma cagada que leva o Jack Bauer a ter que salvar o mundo em 24 horas e não 15 minutos e BANG, de repente lá estava Carrie comprando um sapato de 500 dólares! Mas claro, como “acompanhava” a série, acabei ficando curioso em saber se ela ia realmente ficar com Mr. Big, ou com quantos homens a Samantha ia ficar! E apesar de me proporcionar momentos extremamente constrangedores, como ter que explicar para minha mãe como é a posição sexual “candelabro italiano” (uma mulher, cinco homens – o que eu acho fisicamente impossível, a não ser que tenha gêmeos siameses envolvidos!), tenho muito que agradecer a Sex and the City por ter ensinado minha mãe a usar o aparelho de DVD! Muito obrigado Carrie!!!!

E por tudo isso, por ter ficado íntimo da Charlotte (ela me deu tchauzinho na pré-estréia do filme, sei que era para mim e não para as outras 500 pessoas que estavam na minha frente) e para rever NY, fui assistir o filme. O filme não é ruim, mas está bem longe de ser bom! Para começar, assim como a série, o filme segue a lógica feminina, que não faz sentido para nenhum homem!! Qual o problema do Mr. Big ver televisão?!?! Porque ele não pode aproveitar o sofá, que ela quis comprar, e que tiveram que ficar na fila de espera por um ano e meio?!?! Qual o grande problema com take out food?!?!... O começo do filme chega a causar vergonha alheia de tão gay. Não homossexual, como Brokeback Mountain; gay mesmo!!! Elas vão ao casamento do amigo gay da Carrie com o amigo gay da Charlotte, e até elas ficam incomodadas com o excesso de gayzisse do casamento! Tem até Liza Minelli cantando Single Ladies! Tem coisa mais gay que isso?! O filme melhora um pouco quando eles vão para Abu Dhabi, o que causa um choque cultural, principalmente com a Samantha. Ela com certeza é a melhor coisa do filme, seja tendo onda de calor causada pela menopausa no meio do deserto, seja sendo presa por falta de decoro, ou quase sendo linchada num mercado árabe por ter camisinha na bolsa! Mas essa viagem a Abu Dhabi me deixou um pouco decepcionado, pois quase não apareceu minha amada NY!

E o filme serviu para me mostrar a vida que eu quero! Viajar na primeiríssima classe; ficar hospedado num hotel em que o quarto é maior que minha casa; personal mordomo; e com certeza, uma baba irlandesa saltitante sem sutiã! Retiro o que eu disse, a Samantha definitivamente não é a melhor coisa do filme! A baba é a melhor coisa do filme!!!! Eu preciso de uma baba irlandesa saltitante sem sutiã dessas!!!!!

quarta-feira, 2 de junho de 2010

NY, NY 3

Meus dois últimos dias foram bem corridos e foram mais focados em compras! Na segunda visitei a Saint Patrick's Cathedral, tinha passado várias vezes por ela, mas ainda não tinha entrado. Saint Patrick's Cathedral é aquela igreja que aparece em Esqueceram de Mim 2 (e em vários outros filmes!). E apesar de não ser religioso, ela é importante para mim por causa das minhas origens irlandesas (fictícias)!

Depois fui ao museu de cera da Madame Tussauds. Nunca tinha ido ao de New York. É legal, mas tenho a impressão que o de Londres é melhor. Talvez o de Londres seja maior mesmo, ou por que é a mesma coisa, ou seja, repetitivo! Ainda assim é um lugar divertidíssimo! Algumas estátuas são assustadoramente realistas! E é um lugar muito legal para tirar fotos! Achei engraçado uma brasileira comentando que quando foi ver a do Johnny Depp ficou com medo de ser o Johnny Depp de verdade fazendo uma pegadinha!

Passei praticamente o resto do dia na Macy’s. A loja é gigantesca, tinha 10 % de desconto e tinha uma exposição muito legal sobre a Formula Indy! Nesse dia estava com uma camiseta com uma estampa de gravata que tinha comprado em fevereiro na Abercrombie & Fitch por doze dólares. Muita gente me elogiou tanto por essa camiseta, quanto pelas outras que eu levei (a Lazy Day Shirt dos Smurfs, a I’m Fine...). Mas nesse dia, estava na Macy’s e uma coreana ficou fascinada pela camiseta! Ela me mostrou para a família dela, pediu para tirar foto, já estava me sentindo uma celebridade!!!! Na verdade, nesse dia em particular, essa camiseta fez tanto sucesso que eu fiquei incomodado!!!!

À noite fui ver minha última peça da Broadway: Rock of Ages. É um musical muito engraçado com tom de brincadeira e músicas de rock trash dos anos 80 como Journey, Bon Jovi, Pat Benatar, Twisted Sister, Steve Perry e Poison. O mais legal é que a maioria do público era formado por roqueiros velhos, que ficavam super empolgados!!! Eles também vendiam uma lanterninha no formato de um isqueiro para ascender nas baladas! Muitíssimo divertido! E além disso, o personagem principal era o ex participante de American Idol: Constantine Maroulis.

E no caminho para ir ver a peça passei pelo Radio City Music Hall, onde estava tendo a estréia mundial de Sex and The City 2. Claro que exercitei minha paparazzisse e tietisse!!! E de famoso só consegui ver a Charlotte, o que está muito bom, ela é a mais bonita delas mesmo!!!!

O último da foi basicamente compras e arrumação. E mesmo tendo corrido bastante não deu tempo de providenciar todas as encomendas! Muito menos ver tudo que queria, acabei não indo no Metropolitan Museum of Art, New Museum, Whitney Museum of American Art, Chinatown, Greenwich Village, Staten Island, Museum Natural History…

Tentei não ser muito elogioso a NY, para não causar expectativa demais no pessoal que vai na próxima viagem da Johnnys Tour, mas eu acho essa cidade! E eu não sou o único, quantas músicas você conhece que falam sobre NY? E filmes? São milhares, não conheço outra cidade com tantas homenagens. Ia terminar citando uma música da Madonna, por sinal uma das piores letras da história, mas achei melhor encerrar com Empire State of Mind:



(PS.: Aquela pergunta que não quer calar: NY ou Londres? Ainda não decidi, acho que vou ter que visitá-las mais vezes para poder decidir!!!!!)

terça-feira, 1 de junho de 2010

NY, NY 2


Domingo resolvi mudar um pouco minha rotina. Nos outros dias, explorei basicamente Midtown. Nesse dia peguei o metro (único dia que eu usei o metro, pior que tinha comprado um ticket para uma semana!) e fui para Downtown.

Desci na estação em frente a Brooklyn Bridge, uma das mais antigas pontes de suspensão nos Estados Unidos, com 1834 metros de extensão, e situa-se sobre o rio East, ligando os distritos de Manhattan e Brooklyn. Ao ser finalizada era a maior ponte de suspensão do mundo, e a primeira a utilizar-se de cabos. Foi também a primeira ponte de aço suspensa do mundo e suas imensas torres de suporte já foram as estruturas mais altas de toda a cidade de New York. As outras vezes que estive em NY tinha visto a ponte apenas de longe, dessa vez caminhei por ela até o Brooklyn. A vista de Manhattan da ponte é lindíssima, e a ponte em si é um lugar muito agradável de passear!

Passei por Wall Street, mas acabei esquecendo de pegar nos bagos do touro, o Charging Bull, escultura em bronze de três toneladas de um touro feito pelo artista italiano Arturo Di Modica. Diz a lenda que dá sorte tocar nas partes íntimas do touro. Sinceramente acho que essa lenda de mão boba foi criada por algum new yorker filho da p... para sacanear os turistas e acabou virando tradição!!!

Segui até o Ground Zero, local onde ficavam as antigas torres do World Trade Center. Eles chamam de memorial, mas é um grande canteiro de obras, e ainda assim é impressionante, principalmente pelo tamanho da área! Do outro lado da rua tem uma loja, Century 21, com coisas de marca bem baratas mais a loja é muito bagunçada e cheia! Nem tive animo de comprar nada! Por sinal, tinha muitos brasileiros na loja! Na verdade tinha muitos brasileiros em NY. Muitos brasileiros e alemães, nossa economia deve estar muito boa! E é muito fácil achar brasileiros, é só entrar numa loja! Qualquer loja!!!!

Almocei um gyro com falafel fantástico num carrinho de rua de higiene discutível. Inicialmente fiquei com receio, mas tinha tantos yuppies comendo e estava com tanta fome que foi difícil resistir!!! E pode até ser a fome, mas estava tão gostoso!!!! (infelizmente não achei Khlav Kalash nem Crab Juice, como no clássico episódio dos Simpsons The City of New York vs. Homer Simpson).

De barriga cheia, foi ver como Lady Liberty estava se portando sozinha naquela ilha! Mas a fila para ir para Liberty Island estava tão grande, e já tinha ido ver a Statue of Liberty nas outras vezes que estive em NY, preferi vê-la de longe mesmo!!!

Fui então para o Pier 17, um píer transformado em shopping e área de lazer. Fiz mais umas comprinhas na Abercrombie & Fitch (essa sim tinha clearance); tomei uma Magners Original Irish Cider vendo o movimento do Pier; e quase fui tomar uma cerveja na praia artificial que tinha no píer, mas era só um monte de areia sobre o píer com umas mesinhas, só ia servir mesmo para sujar meu tênis!!!! Por fim fui ver a exposição BODIES...The Exhibition, aquela exposição com corpos dissecados conservados. É muito legal, adorei principalmente a sessão do sistema circulatório, pareciam corais, lindíssimo!!!!

Peguei o metro de volta para minha vizinhança, comprei umas cerejas numa banquinha de frutas e fui comê-las sentado na grama no meio do Central Park, aproveitando o fim de tarde como um bom new yorker! Ainda arranjei tempo para ir ver o The Dakota, prédio onde morava John Lennon. E há quase trinta anos, onde Mark David Chapman estava lendo meu livro favorito, The Catcher in the Rye, pouco antes de assassinar o Beatle!

De noite fui assistir mais uma peça da Broadway, na verdade mais uma peça Off-Broadway. Os teatros off-broadways são um pouquinho – bem pouquinho mesmo – mais afastados da Broadway, e são teatros um pouco menores. Mas a maior diferença mesmo é que as peças da Broadway são mais caras e hiper-produzidas; enquanto as Off-Broadways são mais baratas, porém mais ousadas e criativas.

Fui assistir Avenue Q, é tipo uma sátira a Vila Sésamo, com direito a bonequinhos! É genial, uma das peças mais engraçadas que eu já vi! Os bonequinhos são muito expressivos, e os atores que os “interpretam” são tão bons que os bonecos e os atores parecem uma coisa só! Conta a história de Princeton um jovem recém saído da faculdade procurando um propósito na vida. Os personagens são demais tem uma japonesa chamada Christmas Eve, uma vadia sem coração chamada Lucy the Slut, um monstro viciado em pornografia, e meus personagens favoritos: Bad Idea Bears, dois ursinhos fofos que só dão idéias estúpidas, é como o anjinho e o diabinho que aparecem nos desenhos, mas ao invés de um anjinho e um diabinho são dois diabinhos!

As músicas também são muito legais, mas como músicas chamadas "It Sucks to Be Me”, "Everyone's a Little Bit Racist" e "The Internet is for Porn" podem não ser legais?! São clássicos instantâneos!!!! E o momento mais freak, e ao mesmo tempo mais legal, da peça é a cena de sexo entre dois bonequinhos, a Kate Monster e o Princeton, depois que os Bad Idea Bears os convencem a encher a cara! É muito engraçado e bizarro!!! Imagina dois bonequinhos transando, e olha que eles conhecem várias posições diferentes! É tipo a versão muppets do Kama Sutra!!!!



E olha que coisa bizarra, um dos personagens era Gary Coleman, o ex-astro infantil, que sobrevivia vendendo seus pertences no e-bay! O bizarro é que o verdadeiro Gary Coleman morreu semana passada, já estão até mudando a peça em respeito a ele!

Quando sai da peça passei pelo Times Square e estava passando o episódio final de Lost num telão gigante. Tinha um bando de gente sentada no chão assistindo, mas como já estava no meio do episódio preferi vê-lo no Brasil mesmo!

sábado, 29 de maio de 2010

NY, NY - Apêndice 3 - O prédio mais bonito do mundo


Todo dia, para onde quer que eu fosse, eu passava pela Lexton Avenue. E é exatamente na Lexton Avenue que fica o prédio mais bonito do mundo: Chrysler Building!!!

Você com certeza já o viu em vários filmes, e ele é muitas vezes confundido com o Empire State Building. O Chrysler Building, projetado por William Van Alen, é um dos maiores do mundo com 319 metros (1 046 pés). Construído entre 1930 e 1931, foi o edifício mais alto do mundo quando foi inaugurado, porém, perdeu este título apenas um ano depois, para o Empire State Building.

Esse prédio é bonito demais, a noite então...



NY, NY - Apêndice 2 - American Idiot


American Idiot é uma peça adaptada de um disco do Green Day. Era uma peça que estava com muita vontade de assistir por que já conhecia as músicas e gostava muito do disco! Além disso, é um alívio ter um musical com pegada mais roqueira e com temática mais crítica e jovem, e não apenas aqueles musicais tradicionais tipo My Fair Lady e Mary Poppins (odeio Mary Poppins!!!!) com música extremamente chata e jazz hands!!!!!


As poucas críticas negativas que li sobre a peça foi reclamando que a história era muito superficial, que parecia mais um show de rock do que uma peça. O que eles esperavam? É uma peça baseada num disco do Green Day, não Shakespeare!!! E acho até que eu gostei por causa disso, por focar mais na música do que na história! A história é bem simples mesmo, são três jovens sem rumo de uma cidade pequena que passam o dia todo bebendo e arrumando confusão no estacionamento de um 7-eleven. Eles resolvem sair da cidade, mas um deles, Will, tem que ficar por que a namorada está grávida. Johnny conhece a mulher dos seus sonhos, mas se envolve com drogas e ela o larga. E Tunny é seduzido pelas forças armadas e vai para guerra do Iraque, e acaba perdendo uma perna. A parte do Tunny é realmente a mais interessante!

Uma coisa que eu gostei muito é que, por ser um musical de rock, não tem orquestra e sim uma banda de rock no palco. E o maestro é uma mulher!! O que e bem legal, maestrinas são bem raras!!! Outra coisa bem interessante na música é que sempre que cantam uma balada, os próprios atores que tocam violão! A coreografia também é bem interessante. É muito forte, intensa, rápida, quase violenta o que dá uma agilidade incrível a peça. Uma das partes que achei bem legal usa bem essa coreografia, eles transformam um andaime um ônibus, e se não fosse pela coreografia, com movimentos de curva e freadas, a cena são seria muito clara nem tão legal!(segue a cena apresentada no programa do David Letterman)



Mas o que eu mais gostei mesmo foi o bizz. Depois que a peça acabou, eles agradecem e as cortinas se fecham. Logo depois as cortinas reabrem e o elenco todo, umas vinte pessoas, está no palco, cada um com um violão. E eles começam a cantar Good Riddance (Time Of Your Life). Ficou muito legal!!!! E totalmente inesperado!



Na saída acabei encontrando os atores que fazem o Will e o Tunny. Eles são muito gente boa!!! Fui conversando sobre a peça com um deles até a estação do metro, foi bem legal!

O único problema mesmo da peça é que tem algumas coisas meio emo! Mas é um musical da Broadway, não tem como não ser um pouco gay...

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Quando estava lendo os reviews dessa peça, reparei que compararam muito com outra peça desse diretor, Michael Mayer, e com o mesmo ator que faz o Johnny: Spring Awakening. É outra peça rock, sobre o despertar sexual de adolescentes na Alemanha no século XIX. Foi uma peça bem polemica e as músicas são bem legais! Adorei particularmente duas: The Bitch of Living e Totally Fucked (eu gosto de músicas com palavrão!!!)! Pena que não estava mais sendo apresentada! (apresentação dessa peça no Tony de 2007, onde ganharam melhor musical, claramente Totally Fucked sofreu algumas censuras!)


NY, NY - Apêndice 1 - The Starry Night


No último post já estava com preguiça de escrever e não falei o suficiente sobre algumas coisas. Uma delas é The Starry Night do Van Gogh. Vou tentar explicar porque gosto tanto desse quadro, o que é um pouco difícil. Afinal arte é subjetivo, é como se eu tentasse explicar porque eu gosto de morango e não gosto de manga! Eu simplesmente gosto!!!!

Van Gogh pintou esse quadro quando estava no sanatório, essa é a vista de seu quarto a noite. O quadro não mostra a vista propriamente, e sim a visão que o artista tinha daquela vista! E é isso que eu considero arte, conseguir enxergar a realidade através da perspectiva de outra pessoa! Eu e meu irmão temos muitas discussões a esse respeito, ele prefere a perfeição dos quadros clássicos. Já eu, prefiro a criatividade da realidade distorcida da arte moderna!


Outra coisa que eu admiro nesse quadro é a qualidade paradoxal dele. O quadro é estático, mas eu tenho uma sensação de movimento incrível, que eu só percebi nos quadros de Van Gogh! É um quadro vivo. É como se desse para ver o vento e os ciprestes balançando. Isso graças ao estilo de pincelada de Van Gogh, elas seguem uma direção. E essas pinceladas são grossas, pesadas; mas mesmo assim o quadro é leve, quase delicado! E apesar de ser quase monocromático, quase todo em tons de azul; eu acho esse quadro extremamente colorido!!!!

Eu sei que isso tudo é muito viadagem, mas não é qualquer quadro que desperta tanta viadagem! A traveco sorridente do Da Vince, só me causa tédio...

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Outra coisa que esqueci de mencionar sobre o MOMA foi uma série de fotografias fantásticas chamada From Here I Saw What Happened and I Cried. É uma série de fotografias representando o que o negro americano se tornou. É formada por duas fotografias em tons de azul de uma rainha africana estrito From Here I Saw What Happened em uma, e ...and I Cried na outra. E entre essas duas fotografias tem dez fotografias em vermelho mostrando o que o negro se tornou nos EUA. O texto da obra diz mais ou menos isso:
“From Here I Saw What Happened… You Became a Scientific Profile / A Negroid Type / An Anthropological Debate / And a Photographic Subject / You became Mammie, Mama, Mother & then, yes, confident-ha / Descending the throne you became foot soldier & cook / You became Playmate to the Patriarch / And their daughter / Some said you were the spitting image of evil / You became an accomplice / Anything but what you were ha / You became the Joker's joke & … and I Cried”.

terça-feira, 25 de maio de 2010

NY, NY

Quarta-feira passada, dia 19, foi meu aniversário. Fiz 29 anos. Me dei de presente uma viagem para New York! Vim na doida mesmo. Decidi uma semana antes, tirei uns dias de folga no trabalho e vim! Precisava ver se era Londres ou NY a melhor cidade do mundo!!!

Sai de Brasília na quarta-feira mesmo, e como era meu aniversário chorei para a mulher do check-in para ela fazer um upgrade da minha passagem para a primeira classe. Ela até que tentou, ou pelo menos fingiu que tentou, mas a primeira classe já estava lotada! Pelo menos ela conseguiu me colocar na primeira classe do voo para São Paulo, e eu nem sabia que tinha primeira classe em voos domésticos! E o assento é infinitamente mais confortável e espaçoso!!!!

Cheguei a NY, deixei minha mochila no hotel junto com as onze caixas de encomendas que estavam me esperando na recepção do hotel. O carinha da recepção até reclamou que o gerente já estava xaropando por causa da quantidade de caixas!

O problema de uma cidade como NY, que tem tanta coisa para se fazer e ver, é que você nunca sabe por onde começar! No meu caso foi um pouco mais fácil, tinha que ir para Times Square pegar meu NY Pass. No caminho parei para comprar um café e um cinnamon stick fui comendo e caminhando. Quando vi já estava na Quinta Avenida em frente a Tiffany & Co. Estava tomando Breakfast at Tiffany's!!! (Tiffany não é um restaurante, é aquela joalheria mesmo! Quem viu o filme – que no Brasil foi chamado de Bonequinha de Luxo, e apesar de ser um filme de mulherzinha é muito bom – sabe que Audrey Hepburn gostava de tomar café da manha vendo a vitrine da loja. Infelizmente não encontrei nenhuma Audrey Hepburn, que era muito gata, mas essa é umas das coisas legais em NY, você está constantemente num cenário de um filme!)

Times Square estava bem diferente do que me lembrava. Está muito mais iluminada! Os letreiros antigos eram estáticos, como o Conjunto Nacional numa escala muito maior; agora são um monte de telões de alta definição passando trailers, propagandas, notícias, final de Lost, etc. Pode-se passar o dia todo lá e não ver tudo! É possivelmente o quarteirão mais visualmente poluído do mundo! Além disso, Times Square agora está fechada para carros e tem varias mesinhas e cadeiras, como se fosse uma praça. As pessoas ficam sentadas tentando absorver tanta informação! E é incrível a quantidade de pessoas lá!! A qualquer hora do dia. Passei por lá às 2 da manhã e estava lotada!!!! É tanta gente, de tantas partes do mundo, falando tantas línguas diferentes que faz se sentir no centro do mundo! E tem cada coisa bizarra: gente vendendo camisinhas do Obama (!?!?), pessoas oferecendo free hugs, carinha pedindo dinheiro para poder comprar maconha, loucos prevendo o fim do mundo, etc!

É inacreditável também a capacidade que os americanos têm em vender coisas! Tem uma loja de M&Ms, e a loja tem três andares! Vende de tudo, desde camisetas a roupa de cachorros, tudo com o tema M&M. E claro, também vende M&M, pode-se até escolher a cor! Pior que a loja em um cheiro absurdo de chocolate! Dá uma vontade de comer M&M...

Depois fui ao Rockefeller Center, conjunto de prédios que é sede da GE e da NBC. E onde se passa minha comédia favorita: 30 Rock (que significa número 30 da Rockefeller Plaza)! Subi até The Top Of The Rock, observatório que fica no alto do prédio da GE, e a vista é fantástica!!!! A arquitetura de NY é lindíssima!!! O único problema era que não dava para ver direito o prédio mais bonito do mundo: Chrysler Building. Mas não tem problema eu o vejo todo dia quando saio ou volto para o hotel!

A caminho de volta ao hotel passei novamente pela Quinta Avenida. Comprei algumas coisas inclusive o que eu vou chamar de “símbolo que eu sou otário” ou “protesto conta as vendedoras gostosas que te convencem a comprar coisas que você não precisa”! Primeiro foi uma daquelas pulseiras amarelas da Nike que a caixa gatinha da Nike me convenceu a comprar. Até ai não tem problema, pelo menos estou ajudando uma campanha contra o câncer! Depois fui a Abercrombie and Fitch, e a vendedora mais maravilhosa do mundo flertou comigo só para me vender um bracelet! O dialogo foi mais ou menos assim:

Vendedora vadia e sem coração: - Vai levar mais alguma coisa?
Turista otário: - Só isso mesmo.
Vendedora vadia e sem coração: - O que você vai fazer hoje à noite? Porque você não leva também esse bracelet, está em promoção! Wowww, ficou demais em vc!!!!
Turista otário: - Não sei ainda o que vou fazer hoje! Claro, vou levar sim!
Vendedora vadia e sem coração: - É NY, você acha o que fazer... Próximo!!!!

No final das contas eu até gostei, meu braço direito sempre teve ciúme do esquerdo por causa do relógio!

À noite fui até o Empire State Building, ter uma visão geral da cidade iluminada! O único problema é que o Empire State Building é muito famoso e por isso mesmo a fila para subir estava absurda. E olha que já eram 11 hrs da noite! Esse é o problema de vir para NY no verão, a cidade está cheia demais!!!! A fila era tipo a fila da Disney, quando você acha que vai entrar você descobre que tem outra fila cheia de zigue-zague! Levei quase uma hora para sobir, mas a vista vale cada minuto!!!! Já era tarde e estava muito casado da viagem e voltei para o hotel, mas claro que passei num pub perto do hotel antes!!!!

Na sexta-feira, fui ao MOMA, The Museum of moderm art. E é fantástico!!!!! Van Goghs, Magrittes, Dalis, Picasos... Passei quase meia hora hipnotizado pelo The Starry Night do Von Gogh, com certeza o quadro mais bonito do mundo!!! Tinha também uma exposição muito legal sobre o Picaso, mostrando a transformação de um quadro normal em um quadro cubista! Outra exposição muito interessante era a proposta de cinco arquitetos para repovoar as cinco áreas de NY que seriam inundadas com o aquecimento global! E claro, como todo museu, o MOMA tem muita besteira! Tinha uma “artista” fazendo o maior staring contest do mundo.

Segui novamente para o 30 Rock para fazer um tour pela NBC. Passamos por vários estúdios da NBC, inclusive o de Saturday Night Life! Os estúdios são muito legais! (E o nosso guia era igualzinho ao Jacob de Lost!)

À noite fui ver American Idiot, a peça da Broadway baseada no disco do Green Day. É MUITO BOA! Foi indicada ao Tony de melhor musical, e se não ganhar vai ser muito injusto! E com certeza vai perder! É uma peça que crítica os EUA, fala de guerra e drogas e toca músicas de uma banda punk! Mas pensando bem Rent ganhou o Tony em 96 falando de AIDS, drogas e homossexualismo! E American Idiot é quase uma atualização de Rent, é sobre a falta de rumo do jovem nos anos 2000!

Sábado fui almoçar no Serendipty 3, aquele restaurante que tem o Sunday de 1000 dólares! (claro que não ia pedir esse Sunday!) Mas cheguei lá por volta das 11:30 da manhã e já tinha uma fila absurda na porta! Resolvi comer lá outro dia!

Dei uma volta na Dylan’s Candy Bar, uma loja de três andares só de doce! Fui à Bloomingdales e almocei no restaurante de hambúrguer gourmet Flip. Uma gordinha coreana sentou do meu lado e ela não parava de falar da copa!! Por falar na copa, todas as lojas de esporte estão dando destaque gigantesco a copa e ao Brasil. E não são só as lojas de esporte, lojas como a Ralph Lauren e a Hugo Boss lançaram linhas especiais sobre a copa. E por toda a cidade tem outdoors e cartazes da ESPN fazendo propaganda da copa. (Se você estava curioso o McDonalds daqui não tem os sanduiches da copa, mas tem o nuggets do Shreck!).

Voltei a Quinta Avenida, passei pela loja da Apple, que é muito bonita, e pala FAO Schwarz (aquela loja de brinquedos de Quero Ser Grande e Esqueceram de Mim) e cheguei bem na hora do show de piano! Segui pelo Central Park e depois fui a Guggenheim Museum. E a noite fui a um show de stand-up comedy na Broadway.

Depois do show fui procurar uma balada. Mas todas que pareciam ser boas, eram boas demais para eu poder entrar. Não estava vestido como um personagem de Gossip Girl nem tinha dinheiro que eles tinham. O guia de viagem mesmo tinha comentários como “se você passar pela porta” e “se te deixarem entrar” em quase todos os night clubs. Continuei procurando e cheguei ao Chelsea Pier. Não sei bem se aquilo era um bar ou uma balada ao céu aberto, mas era um dos lugares mais legais que eu já fui! Era um píer com vários bares e DJ e varias mesinha, e dois barcos!

O resto eu conto depois...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

The Nightmare Project - Parte 6: Freddy's Dead: The Final Nightmare


Voltando para a ordem cronológica…

Freddy's Dead: The Final Nightmare pelo título, teoricamente, seria o último filme do Freddy! Mas claro que não foi! Por que eles fazem isso?! Eles sempre lançam um filme com esse tipo de nome mesmo sabendo que não vai ser o último! Pelo menos, nesse caso, eles esperaram o sexto filme, só tiveram mais três depois; no caso de Sexta-feira 13 o capítulo final é o quarto, tiveram só mais oito depois!!!!

Esse foi o meu primeiro filme de Freddy no cinema! E adorei! Era em 3D (só os últimos 20 minutos, mas na época era o máximo!), tenho o óculos até hoje!! Adorava os efeitos! As piadas! Era um filme perfeito para uma criança de 11 anos...

Só que eu não tenho mais 11anos! O DVD não vem com a versão 3D. Os efeitos envelheceram! As piadas até que continuam boas. Mas o filme...

A história é bem fraca é está muito mais para comédia do que terror! O filme começa com um texto falando: “Springwood, Ohio. Mysterious killings and suicides wipe out entire population of children and teenagers. Remaining adults are experiencing mass psychosis. There is new evidence of one surviving teenager...”; é, pelo menos alguém notou alguma coisa estranha com os adolescentes de Springwood! Mas já era meio tarde! Todos os jovens morreram. Só sobrou um... E é com ele num avião que começa o filme! Aparentemente ele está tentando sair de Springwood, só que é claro ele estava dormindo. Ele acorda em sua cama, olha na janela e a casa decola (ele tem medo de altura!) – precursor de UP?! – cena que se repete várias vezes durante o filme, algumas até legais; numa delas Freddy aparece como bruxa má do oeste; noutra, o garoto acorda em sua cama e decide não sair da cama, já sabendo que a casa ia decolar, então a cama pega fogo!

No final das contas o carinha consegue fugir da cidade, mas é na verdade parte do plano de Freddy! John Doe, com amnésia, vai parar num reformatório com vários personagens clichês de reformatórios: uma garota kick-ass que foi abusada pelo pai, um riquinho que gosta de desafiar o pai, um latino surdo com cabelo de Bon Jovi, uma psicóloga durona mas preocupada com os jovens e, claro, um especialista em sonhos que parece mais o Morpheus de Matrix interpretado pelo jurado de American Idol Randy Jackson!

A psicóloga resolve levar o carinha para Springwood para ver se ele se lembra de alguma coisa. Mal sabia ela que o riquinho, a garota e o latino estavam escondidos na van. Em Springwood eles se separam, John Doe e a psicóloga vão procurar respostas na escola e no orfanato da cidade e descobrem que Freddy teve um filho; enquanto isso os três fugitivos tentam em vão sair de Springwood, e resolvem passar a noite numa casa! Adivinha qual casa? Isso mesmo, a número 1428 da rua Elm! E finalmente temos mortes!

O primeiro é Carlos, o latino surdo com cabelo de Bon Jovi. Freddy pega seu aparelho de surdez, e fica fazendo palhaçada atrás dele – é meio pastelão, mas é uma cena engraçada! Freddy devolve o aparelho, só que hiper sensível, e fica fazendo barulhos irritantes, como arranhar um quadro negro, até a cabeça do Carlos explodir! O próximo é o riquinho maconheiro que gosta de vídeo game. E nessa cena tem-se uma participação especial muito legal, Johnny Depp contracenando com Freddy numa sátira de propaganda antidrogas! Krueger o coloca dentro de um joginho antes de matá-lo! Tirando a volta de Johnny Depp ao universo Freddy e a piadinha ao Nintendo (Hey! You forgot the power glove.) a morte é mais ou menos. E o último a morrer é John Doe, também meio sem graça e que só serve para dizer que Freddy não teve um filho e sim uma filha!!!!

Wowww Freddy tinha uma filha!!! Freddy matou a mulher, perdeu a guarda da filha e por isso se tornou assassino de crianças! Precisava mesmo dessa explicação?! Não era mais assustador quando achávamos que Freddy era só um psicopata sádico que não gostava de crianças?! E se ele só começou a matar depois de tomarem sua filha, por que a mulher dele achou aquelas armas e outros modelos de luvas no porão?! E para piorar descobrimos que Freddy fez um pacto com demônios do sono (These are ancient dream demons. Supposedly they roam the dreams of the living till they find the most evil, twisted human imaginable. Then they give him the power to cross the line and turn our nightmares into reality.). Para que isso?!?! (nem precisa dizer que a filha dele é a psicóloga, né?!)

No final a filha do Freddy tem a mesma idéia de Nancy, trazê-lo ao mundo real para matá-lo. Para isso ela coloca óculos 3D (era uma dica para colocarmos nossos óculos também, mas não faz sentido nenhum no filme!!!!!!) e vai atrás dele nos sonhos! Ela passa por várias cenas da vida do Freddy, o traz para o mundo real e o explode! Depois olha para a câmera, sorri e diz: Freddy's dead.

Eu gostava mesmo disso?!?! Deve ter sido o 3D...

domingo, 16 de maio de 2010

The Nightmare Project - Parte 9 (!?!): A Nightmare on Elm Street (2010)


Quinta fui ver o novo Nightmare on Elm Street com o Alisson e o Nakinha. Como o filme é um reboot do original, e por isso mesmo independente do resto da série, posso comentá-lo agora apesar de ser o último! O filme é bom. Não é o melhor da série, mas também está longe de ser o pior. E concordo com a maioria das criticas: o filme é meio desnecessário! É simplesmente a mesma história, com pequenas modificações, e com efeitos melhores! Porém, o novo filme não consegue o impacto e o suspense do original! Pelo menos eles acertaram e não fizeram um final psicologia vença-seus-medos de livro de auto-ajuda como no primeiro! Mas se sabe que não vai conseguir fazer um filme tão bom como o original, para que fazer? Só para deixar um visual mais moderno?

E esse visual mais moderno que me incomodou um pouco! Os personagens são todos meio emo!!!! Como vou ter um mínimo de simpatia pelos personagens se eles são emos?!?!?! Como não torcer pelo Freddy, se a nova Nancy é uma copia ainda mais sem graça da Bella de Crepúsculo?!?!?! E até questiono o gosto de Freddy, Nancy era a favorita dele?!?! E não a Kris?!?!? Tá certo ele era pedófilo (nesse filme), o gosto dele tem que ser totalmente bizarro!!!!!

Por falar em pedofilia, isso é outra coisa que me deixou em cima do muro. O Freddy nesse filme é pedófilo. Isso realmente deixa o filme mais atual. Além disso, muda um pouco a relação de Freddy com suas vítimas. Freddy trabalhava numa escola e abusou das crianças, por isso os pais colocaram fogo nele. Nesse filme a morte de Freddy foi uma medita punitiva e vingativa; enquanto no original era mais uma medida preventiva, o mataram por medo de ele matar as crianças. No remake, as crianças foram vitimas do Freddy enquanto ele estava vivo, e também por causa, diretamente, delas que ele foi morto, ele está se vingando dos filhos da rua Elm e não dos pais! Freddy conhecia as vítimas antes de elas começarem a sonhar com ele, diferentemente do original, ele não se alimenta mais só do medo delas, se alimenta também das memórias reprimidas. O que é bem interessante, pois explica o porquê só naquele momento eles começaram a sonhar com o Freddy. Nenhum dos personagens se lembram de sido abusado, e nem se terem feito jardim de infância juntos. Só depois da morte de um deles, que fica entendido que começou a sonhar com o Freddy depois de fazer terapia, é que os outros começam a sonhar com ele e descobrem o passado que seus pais tentaram esconder!
Mas ainda não aceitei muito a idéia de um Freddy pedófilo! Ser um assassino de criança não é mais assustador?!

Mais um problema com a modernidade: é muito mais fácil ficar acordado hoje em dia! Nos anos 80 eles só podiam contar com café e coca-cola, hoje em dia temos um exército de combatentes de sono, de drogas a Red Bull e um Starbucks a cada esquina! E isso deu possibilidade a uma idéia legal. Eles passaram a ficar tanto tempo acordados que passaram a dar micro-dormidas e que ainda pode levar ao coma, ou seja, sono eterno! E o Freddy sabe disso! Ele continua inteligente!

Outra coisa que eu achei um pouco estranha nesse filme é a atitude dos pais. No original eles aparentam uma certa culpa por ter matado alguém, a maioria é separada, infeliz, bêbados, como se essa culpa, mesmo que para proteger os filhos, fosse demais para agüentar. E estranhamente, mesmo depois de ato de extrema proteção aos filhos, eles são ausentes! O novo é exatamente o contrário, os pais estão sempre atrás dos filhos e não aparentam nenhum remorso! Mas esse excesso de proteção não é muito crível! É uma relação meio estranha, eles estão sempre protegendo os filhos, mas não estranham o fato de todos os envolvidos naquele evento estão morrendo!

O maior problema para mim nesse filme é o Freddy! MUDARAM O ATOR! Jackie Earle Haley é um excelente ator, mas ele não é o Freddy Krueger! Freddy Krueger sempre será Robert Englund! E a maquiagem dele está meio estranha, não gostei muito!

Os pesadelos e as mortes são até legais, mas não muito inspirados. A primeira morte com o carinha tentando não enfiar a faca no pescoço na frente de todo mundo é legalzinha! (que faca é aquela!?!?! Ginzu!?!?!) A morte da Kris é muito bem feita, mas a da Tina era muito mais desesperadora. A morte na cadeia foi a única melhor que a original, mas só por que ela era bem sem graça (Freddy matava Rod enforcado com o lençol), principalmente pelo sadismo do Freddy (“The brain keeps working for seven minutes after the body dies. I still have six minutes left to play with you.”)! E algumas cenas se repetem do original – a cena da banheira, a cena do Freddy saindo da parede, a morte da Kris (Tina no outro filme) – mas sem a mesma graça!

Mas o final se salva. O pesadelo final de Nancy é a melhor cena do filme! A cena em que o chão do corredor vira sangue e ela cai vestida de menininha em sua cama é muito legal, apesar de fazer referência a cenas de três filmes da serie! E eles fazem o que a Nancy original devia ter feito quando o trouxe para o mundo real: matá-lo! (agora por que a escola ficava tão longe?!)

sábado, 8 de maio de 2010

The Nightmare Project - Parte 5: Nightmare on Elm Street: The Dream Child


Nightmare on Elm Street 5: The Dream Child é, ao lado de Nightmare on Elm Street 2: Freddy’s Revenge, o filme de Freddy que eu menos gosto! E eu não estou sozinho! Eles também são considerados os piores pela critica e pelos fãs! Ao reassisti-los percebi, em ambos, algumas qualidades que não percebia quando era menor. O segundo é bem ousado em sua metáfora sobre o homossexualismo, mas foi totalmente mal aproveitada e desconexa com o universo de Freddy Krueger. O quinto tem um visual gótico bem interessante, mas isso é desperdiçado numa história meia boca! Pelo menos esses filmes tentaram algo diferente, mas infelizmente não de certo!

O quarto filme da série foi tão focado nas cenas de morte que esqueceram de colocar uma história. No quinto filme tentaram corrigir isso, diminuíram as quantidades de mortes (são só três, metade do filme anterior) para poder focar mais na história. O filme realmente tem uma história! Além disso, tentaram imprimir um tom mais sério e dark como no primeiro filme, os cenários dos pesadelos passaram a ser no manicômio abandonado onde Freddy foi concebido, que é bem sombrio, assustador, hostil e gótico! Talvez esse seja o melhor cenário da série, é bem mais coerente que a casa e consegue ser mais assustador e claustrofóbico que as caldeiras! Então por que o filme é tão ruim?! Simplesmente por que a história é muito ruim, os personagens são totalmente desinteressantes e clichês, os efeitos são muito mal feitos e as cenas de morte são as piores da série!

O filme começa com uma cena de sexo surpreendentemente elegante e que realmente serve como começo da história! E estranhamente essa é a primeira cena de sexo Nightmare on Elm Street! Os personagens da série não preferem transar a fugir do serial killer que está os perseguindo, como acontece nos outros filmes do gênero! E faz bastante sentido, eles passam dias sem dormir, não há libido que resista! Além disso, Freddy não tem o caráter punitivo de Jason e Michael Myers (lembram das três regras de Randy para se sobreviver num scary movie, em Pânico?), o caráter dele é totalmente vingativo!

Alice, a sobrevivente do filme anterior, ainda está com Dan. Eles estão se formando na escola (mas aparentam idade para se formar na faculdade!). Eles têm vários amigos clichês: Yvonne, uma sassy afro-descendente; Mark, um nerd viciado em quadrinhos; e Greta, uma modelo (nem magra o suficiente para ser modelo, muito menos bonita o suficiente!) que na verdade está realizando os sonhos da mãe. E Alice ainda não aprendeu a se vestir!

No começo Alice sonha com Amanda Krueger sendo esquecida no manicômio, e logo depois a vê dando a luz a um bebe de massinha mal feito que mais parece um ET deformado. Pronto Freddy renasceu! E agora Freddy não precisa mais de Alice para trazer pessoas para seu sonho! Alice está grávida (não falei que a cena de sexo fazia parte da história?!) e Freddy usa os sonhos do bebe dela! Isso mesmo!! Freddy usa o poder de Kristen que passou para Alice nos sonhos de um feto de uma semana (!?!?!?!?!?)! Feto sonha?! Um conjunto de dez células, sem cérebro formado consegue sonhar?! Pelo menos o subtítulo do filme é coerente em inglês: The Dream Child (não é nem um pouco coerente em português: O Maior Horror de Freddy)!! Daria até uma boa homenagem a Bebe de Rosemary se não fosse tão mal feito! Para deixar o filme mais ridículo Alice passa a ser visitada em seus sonhos por Amanda Krueger e por uma criança extremamente irritante... que mais tarde ela descobre que é seu filho, Jacob!

Como esse filme tem uma presença marcante de crianças fica a pergunta: se Freddy era uma assassino de crianças quando estava vivo, por que nos sonhos ele só mata os adolescentes?! Será que por se alimentar do medo das vitimas, o medo dos adolescentes dá mais sustança, já que é muito fácil assustar criancinhas?! Será que a concorrência com os outros pesadelos que as crianças normalmente têm estava muito grande?! (é claro, é porque ninguém ia querer ver crianças sendo mortas de maneira bizarra num filme!)

As mortes desse filme são bem fraquinhas! O primeiro é Dan, que adormece dirigindo e acaba primeiro sendo atacado por seu carro e depois se fundindo com uma moto! Tudo muito tosco e sem graça! Depois Greta, que dorme num jantar e obrigada por Freddy a comer até explodir! Que morte mais “original” para uma modelo bulímica!!! Pelo menos Freddy manteve o bom humor: Filet de Barbie! Por fim, Mark, que é a morte mais interessante do filme! Ele acaba entrando numa dos seus quadrinhos (numa cena que parece muito com Take on Me do A-Ha), o visual do sonho é bem interessante, todo em preto em branco e somente o Mark colorido, conseguindo imprimir um aspecto de quadrinhos mesmo! Mark acaba descobrindo como controlar o sonho e se transforma num super-herói! Claro que Freddy não fica atrás e se transforma em Super-Freddy (Faster than a bastard maniac! More powerful than a loco-madman! It's... Super Freddy!) e literalmente pica Mark como se fosse papel!

No final Alice enfrenta Krueger no manicômio! É tudo meio sem graça e tosco com exceção a uma cena surrealista que parece um quadro de M.C. Escher, com escadas indo para todas as direções, uma das poucas cenas realmente interessantes do filme! Amanda Krueger aparece para salvar Alice e seu filho. Freddy volta para a barriga de Amanda e Jacob volta para a barriga de Alice!

Freddy merecia coisa melhor...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

The Nightmare Project - Parte 4: A Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master


Reassisti esse filme segunda, mas só hoje tive tempo de postar! Estava preparando meu novo projeto, ainda não posso dizer, mas vai ser MUITO legal (pelo menos pra mim!!!)!!!!

Nightmare on Elm Street 4: The Dream Master é o filme do Freddy que mais assisti depois do terceiro. Quando era criança eu adorava esse filme! Eu adorava os efeitos, as mortes bizarras, as piadinhas de Freddy e não ligava nem um pouco que, para proporcionar essas coisas que eu adorava, eles negligenciaram a história e o elenco! Mas eu cresci...

Esse foi o filme mais caro de Freddy, e também o que mais faturou (com exceção dos dois últimos, Freddy vs. Jason e o novo Nightmare on Elm Street, mas não dá para comparar a indústria do cinema atual com a dos anos 80!)! Esse filme, de 1988, também é, até agora, o mais representativo da época em que foi feito! Quando se vê o filme, é de imediato a identificação do final dos anos 80, não só pelos cabelos e roupas, mas pelos gostos da época! A presença da MTV é marcante, seja literalmente mostrando a MTV nas únicas cenas em que aparecem uma TV (nos outros filmes as TVs só passavam filmes de terror), seja na presença maciça de música durante todo o filme (nos 10 primeiros minutos de filme chegam a tocar três músicas diferentes)! A presença da música é tão intensa que uma das personagens mais importantes, Kristen Parker (uma das sobreviventes do filme anterior e tinha sido interpretada por Patricia Arquette), é interpretada agora por uma cantora, Tuesday Knight, que também canta a música dos créditos iniciais do filme (Nightmare, que acho até legalzinha – talvez por que inconscientemente me lembram minha infância)! Outra marca do final dos anos 80 são artes marciais, não sei se vocês lembram mas nessa época Van Damme era famoso, e não faltavam filmes com dragão no nome e americanos ninjas que com uma hora de treinamento conseguiam meter porrada em todos os orientais que tinham treinado a vida toda! (lembram do CLÁSSICO O Último Dragão? O filme mais hilário da história!) Então, uma das vítimas de Freddy nesse filme luta uma arte marcial não identificada, com direito a clipe treinando e “banzai” no final (?????)! (segundo o Google, “banzai” pode significar 10 mil anos, ou pode ser um tipo de ataque suicida feito por pilotos japoneses na Segunda Guerra Mundial ou um nome muito usado para restaurantes japoneses!)

O filme começa com um pesadelo bem legal com Kristen na casa de Freddy! Mas é um pesadelo Freddy-less, mesmo assim Kristen acaba chamando Kincaid e Joey, os dois outros sobreviventes do terceiro filme. Ela tem certeza que Freddy vai voltar a atacar, mas eles não acreditam, mesmo depois de Kristen ter acordado sangrando por ter sido mordida pelo cachorro de Kincaid no sonho.

Depois somos apresentados a uma serie de personagens sem graça, que parecem mais um comercial da Benetton adicionados de estereótipos adolescentes: Rick, namorado de Kristen e lutador de sabe-se lá de que; sua irmã Alice, que vive sonhando acordada (fato totalmente desnecessário, isso era para parecer que ela é uma especialista em sonho? Por sonhar acordada?!); Alice é apaixonada por Dan, o atleta bonitão; além deles ainda temos Sheila, a nerd afro-descendente que tem asma, e Debbie, a viciada em malhação que odeia insetos. Rick e Alice têm problemas com o pai alcoólatra! Num dos sonhos acordados de Alice ela o enfrenta, numa cena ridícula e desnecessária que só serve para evidenciar a falta de talento!

Por falar em pais, se você reparar bem quase todos os pais dos filmes Nightmare on Elm Street são divorciados! O divórcio acabou se tornando uma característica da família americana nos anos 80, e por isso muitos críticos associam Freddy Krueger a uma metáfora do mal que essa nova estrutura familiar causa nos filhos. Freddy ainda pode significar a morte do sonho americano, que no filme, literalmente, virou um pesadelo! Além dessas, Freddy ainda pode ser encarado como uma metáfora naturalista, o excesso de zelo ao proteger os filhos (eles mataram Freddy para proteger seus filhos) acabou os deixando mais vulneráveis! Não falei que Freddy Krueger era uma criação genial, quantas metáforas podem ser associadas ao Jason?!

Voltando ao filme... Kincaid sonho com o ferro velho onde Freddy foi enterrado, seu cachorro - que ironicamente se chama Jason - mija fogo (!!!), o chão se abre e Freddy começa a se reconstruir. Os efeitos dessa cena são bem legais, mas a morte em si do Kincaid foi bem sem graça! (mas com Freddy já bem afiado: Kincaid: I'll see you in hell. / Freddy Krueger: Tell 'em Freddy sent ya.)

Joey é o próximo, e Freddy novamente se aproveita do fato dele estar sempre no cio! Ele está dormindo e seu colchão d’água (!!!) começa a mexer, quando puxa o lençol vê uma linda modelo seminua nadando dentro de seu colchão, ela mergulha e Freddy aparece (How's this for a wet dream?) e afoga Joey em seu colchão d’água! Mais uma morte clássica: criativa, sarcástica e com nudez gratuita!

No dia seguinte Kristen vai à escola, vê que os dois não estão e imediatamente percebe que eles estão mortos! Passa mal e é tratada por Robert Englund vestido de enfermeira! Ela conta para Rick e Alice a história de Freddy, e claro eles acham que ela está louca! No jantar, sua mãe acaba sedando ela (ela não percebeu que a água estava turva e com gosto?!) e antes de adormecer ela procura por algo no quarto, revira as gavetas e o armário e finalmente pega o telefone (será que ela estava procurando o telefone nas gavetas e no armário?!); não consegue ligar para ninguém e tenta usar a dica de Alice de pensar num lugar bom antes de dormir. A dica aparentemente dá certo e ela aparece numa praia, mas não sei por que ela pensou na praia mais feia do mundo! Apesar de que não deu tão certo assim... a luva de Freddy em formato de barbatana aparece no mar e vai em direção a Kristen, ela corre e acaba caindo numa areia movediça. Freddy (de óculos escuros) pisa na cabeça dela para terminar de afundar!!!! (ele é muito legal) Kristen cai dentro da casa e Freddy, inteligentemente, sabendo que ela é a última filha da rua Elm (sempre tive a curiosidade de saber o que aconteceria com Freddy quando ele matasse todos os filhos da rua Elm, será que ele morre?!), faz com que ela use seu poder de chamar pessoas para os sonhos para trazer Alice. E na tentativa de salvar Alice, Kristen acaba morrendo e passa o poder para ela! (?!?!?!) Agora Freddy precisa de Alice para continuar matando!!!!

Sheila reclama que não consegui dormir, wait for it... , não, não por causa de pesadelos, mas por que ela tinha prova de física! Como assim a amiga deles acaba de morrer e eles não conseguem dispensa de uma prova de física?! Além disso, ela disse que ficou acordada para construir um dispositivo espanta inseto para Debbie!!!! (!?!?!?!?!??!) Sheila e Alice acabam dormindo durante a prova e Freddy aparece para dar o beijo da morte em Sheila! E o poder dela também passa para Alice, o problema que o poder dela aparentemente é falar Mind over matter!

O próximo é Rick! A morte dele é ridícula! Ele lutando com um Freddy invisível! Tirando Freddy sacaneando com ele (A true warrior needs no eyes. / Ninja warriors have calm.) a morte dele não serve de nada!

Alice combina com Dan de ir para casa de Debbie para fazer um plano de ataque a Freddy. Só que o pai dela não a deixa sair de casa. Quando ela finalmente consegue fugir, chega ao ponto onde ia encontrar Dan, mas ela não está mais lá! Então ela vai ao cinema!!!!! É uma atitude tão sem sentido que é obvio que ela está sonhando! No cinema, ela é sugada para dentro da tela (A Rosa Púrpura do Cairo invertido!) e encontra Freddy no dinner onde ela trabalha comendo pizza. Só que a pizza é de meatballs-cabeças-de-vítimas-de-Freddy! (Mmm... Rick, you little meatball. I love soul food.)!!! Alice acaba entregando Debbie para Freddy e acorda!

Alice ainda tenta salvar Debbie, mas ela acaba presa numa cena repetida, tipo Feitiço do Tempo! E ainda bem que Alice não conseguiu!!! A morte de Debbie é uma das mais clássicas, nojentas e infames!!!! Freddy transforma Debbie numa barata! Vocês conhecem algum outro monstro ou serial killer que mata alguém fazendo citação a Kafka?!

No final Alice tira suas roupas de mórmons, pega um elemento de cada personagem que morreu e vai enfrentar Freddy. A batalha final se passa numa igreja, não sei por que, e não é lá essas coisas! Ela se lembra de uma cantiga infantil (Now I lay me down to sleep. The Master of Dreams my soul will keep. In the reflection by my side... Evil will see itself, and it shall die!) e faz Freddy ver seu próprio reflexo e isso o mata!!! Não faz sentido nenhum, mas pelo menos não é aquela psicologia barata dos dois primeiros filmes e parece definitivo (sabemos que não é, mas pelo menos parece!)!

Esse filme não é dos melhores, mas é bem divertido!!! Os efeitos são muito bons, talvez os melhores da série! Freddy ainda tem umas tiradas muito boas, apesar de algumas bem previsíveis! E só a morte da Debbie já compensa por todos os defeitos do filme!!!!

domingo, 2 de maio de 2010

The Nightmare Project - Parte 3: A Nightmare on Elm Street 3: Dream Warriors


Não estava me agüentando de vontade de ver esse filme! Esse era meu filme favorito do Freddy quando era menor (senão uns dos meus filmes favoritos!), e por isso mesmo o Nightmare on Elm Street que eu assisti mais vezes! Eu cresci, passei a gostar mais do tom sombrio e da originalidade do primeiro, mas ainda acho esse filme fantástico! A melhor seqüência de Nightmare on Elm Street; e, pode até ser saudosismo da minha infância, mas não consigo me lembrar de uma seqüência de filme de terror tão boa quanto esta! Agora, se esse filme é tão clássico para mim, será que vou conseguir manter o senso crítico e ignorar os bons momentos que esse filme me proporcionou?

Vi num documentário que a premissa desse filme foi baseada em alguns casos de suicídio em que a pessoa se matou por que não agüentava mais ter pesadelos. Facilmente adaptável ao universo de Freddy Krueger, não? A história do filme é basicamente esse: Nancy volta a Springwood seis anos depois dos acontecimentos do primeiro filme. Ela se formou em psiquiatria especializada em sonho e começa a trabalhar no Westin Hills Psychiatric Hospital, onde estão internados vários adolescentes suicidas. Ela não demora muita pra descobrir que não bem uma onde de suicídio...

O filme começa com Kristen (primeiro papel de Patricia Arquette, que depois de um bom tempo voltou a ser atormentada por sonhos em Medium, e ganhou um Emmy por isso...) tentando não dormir, construindo uma maquete, que logo depois descobrimos que é a casa do primeiro filme! Isso que incomoda um pouco, a partir desse filme a casa da Nancy, que agora está abandonada, substituiu as caldeiras como cenário dos principais pesadelos. Isso me incomoda por dois motivos: primeiro, as caldeiras eram muito mais assustadoras e hostis; além disso, Freddy foi morto lá e, acredita-se que as caldeiras era o lugar onde Freddy levava as crianças antes de matá-las, o que faz muito sentido levar os adolescentes (nos sonhos) para matá-los lá também! (e caldeiras me lembram O Iluminado, e isso é sempre legal!) Segundo, não faz sentido a casa da Nancy ser o cenário das mortes, devia ser até frustrante para Freddy, afinal ele tentou matá-la tantas vezes lá e não conseguiu (e acabou matando a mãe dela como prêmio de consolação)! Talvez até seja por isso que ele leve os outros filhos da rua Elm para aquela casa! Talvez ele ache que consiga superar essa vergonha de não ter conseguido matar a Nancy matando vários adolescentes lá!

Kristen dorme e sua cama aparece em frente a infame casa. Ela conversa com uma das crianças que estavam brincando (e cantando a tradicional musiquinha do Freddy) em frente à casa e depois a segue até o porão da casa. (como uma menininha conseguiu descer ao porão de triciclo? Não importa, é tudo um sonho! Não falei que a idéia do assassino viver no mundo dos sonhos era genial, pode-se até errar que faz sentido no universo do filme!) Freddy aparece e persegue Kristen, e as cenas parecem até pesadelos de verdade, com corredores que não acabam e correr sem sair do lugar! Kristen acorda e vai lavar o rosto, só que ela na verdade não está bem acordada e só percebemos quando, inesperadamente, a pia se transforma no Freddy e corta seus pulsos, numa cena muito legal e bem feita! Freddy além de mais forte e experiente nesse filme, também está mais inteligente, ele agora mata fazendo parecer suicídio, assim ele se alimenta do medo e das almas dos jovens sem o perigo de ser descoberto! (como se alguém fosse suspeitar que exista um monstro matando jovens em seus sonhos... mas é sempre bom prevenir!)

Kristen é internada no Westin Hills Psychiatric Hospital, onde também estão internados os últimos filhos da rua Elm (tirando a Nancy): Kincaid, um estereótipo de um afro-descendente forte; Joey, um catatônico de mullets apaixonado por uma das enfermeiras; Taryn, uma ex drogada; Will, um nerd que ficou em cadeira de rodas depois de uma suposta tentativa de suicídio; Jennifer, que sonha ser uma atriz; e Phillip, um sonâmbulo que faz marionetes.

Kristen adormece no hospital e temos mais uma cena de sonho fantástica! Ela está no meio da sala da velha casa da Nancy (posso chamá-la agora de casa do Freddy, já que ele se apossou dela) e algo começa a se mexer debaixo do tapete e logo depois por dentro das paredes, fazendo-as sucumbir. A cena lembra um pouco tubarão na forma de se construir o suspense, se sabe que tem alguma coisa sobre os pés da Kristen e que uma hora irá pega-la, mas não se sabe quando. Freddy finalmente surge no formato de uma cobra gigante por debaixo da Kristen e começa a engoli-la. Ela grita por Nancy, que estava acordada e desmaia, sumindo em sua cadeira e caindo dentro do sonho de Kristen! Esse pesadelo é um pesadelo chave para o filme, descobrimos que Kristen tem o poder de chamar pessoas para seus sonhos e marca o reencontro entre Freddy e Nancy, que tinha parado de sonhar com ele por tomar uma droga experimental de supressão de sonhos.

O próximo a sonhar é e Phillip, o sonâmbulo que faz marionetes. E Freddy aproveita dessas duas características em mais uma cena clássica de morte (temos várias nesse filme!)! Freddy aparece inicialmente como um dos bonecos de Phillip e, com muito humor negro, o transforma em um marionete, literalmente! E Freddy o faz pular do alto do hospital! Os efeitos dessa cena não são tão bons quanto eu me lembrava e, além disso, a cena quebra um pouco as regras originais: o que acontecia com as vitimas nos sonhos também aconteciam no mundo real, quando Johnny Depp foi engolido pela cama e virou milk-shake de sangue isso também aconteceu no mundo real (um dos policiais até fala: “We don't need a stretcher in there. We need a mop!”), sua mãe até viu um pouco do gêiser de sangue; porém, na cena da morte de Phillip, Freddy corta os membros dele e usa suas veias como as cordas do marionete, só que isso não reflete ao que acontece na realidade. Será que Freddy fez isso conscientemente para parecer suicídio? E como ele fez para Phillip passar por uma porta fechada? Freddy está tão poderoso assim nesse filme? Vou aceitar que ele quis parecer suicídio! A cena é legal demais para ficar arranjando defeitos! E Freddy realmente está mais poderoso nesse filme, Nancy chega a observar isso numa das cenas:

Nancy Thompson: He's strong. He's never been this strong.
Freddy Krueger: Yes. The souls of the children...
[rips open his sweater revealing faces of children on his chest]
Freddy Krueger: ...give me strength.
Nancy Thompson: Oh, God.
Freddy Krueger: Always room for more.


A morte de Phillip aumenta a histeria dos pacientes e a Dr. Simms, a profissional de saúde mais malvada desde enfermeira Mildred Ratched em Um Estranho no Ninho, resolve trancar as portas dos quartos dos pacientes à noite e dopá-los. O outro médico, Neil, bate de frente com ela e resolve receitar a mesma droga experimental que Nancy está tomando, mas só por que ele quer manter Nancy acordada a noite de outra forma... Jennifer ainda abalada com a morte de Phillip convence o enfermeiro durão mas de bom coração Max (Laurence Fishburne!!!! Que na época ainda usava o nome Larry Fishburne! Wowww!) a deixá-la ficar até mais tarde na sala de TV. Ainda bem que ele deixou, por que rendeu mais uma cena de morte extremamente criativa recheada de humor negro, ótimas tiradas de Freddy, uma certa homenagem a Videodrome, e, dessa vez, bons efeitos especiais! (além das participações especiais de Zsa Zsa Gabor e Dick Cavett, que eu não faço idéia de quem são!!! Mas como todo mundo acha essas participações muito legais: Wow, Zsa Zsa Gabor e Dick Cavett!!! Cool!) A cena é mais ou menos assim: Jennifer está assistindo TV, altas horas da noite, tentando não dormir! Fica zapeando até deixar numa entrevista com a Zsa Zsa Gabor, que é atacada no meio da entrevista por Freddy. Logo depois a TV sai do ar, mas com a musiquinha do Freddy tocando no fundo! Jennifer tenta de tudo com o controle remoto mas aparentemente não funciona, então ela vai até a TV. De repente surgem dois braços ao lado da TV e levantam Jennifer, a cabeça de Freddy nasce encima da TV (com direito a chifrinhos de antenas) e enfia a cabeça de Jennifer na TV. Não sem antes dizer algumas das suas tiradas mais famosas: “This is it, Jennifer: your big break in TV. Welcome to prime time, bitch.” Clássico!!!! Só uma coisinha estranha nisso tudo: como alguém pode achar que uma garota se suicidou enfiando a cabeça na TV se ela mal alcançava a TV?! (Será que essa cena funcionaria nos dias de hoje com flat screen TVs?)

Ao perceber que está perdendo feio para Freddy, Nancy tem a idéia de usar o poder de Kristen e mostrar que todos eles tem um poder nos sonhos, alguns bem inúteis!!! Eles fazem uma sessão de terapia secreta, inicialmente eles não conseguem sonhar coletivamente e dão um intervalo. Durante o intervalo a enfermeira gostosa arrasta Joey, o catatônico de mullets, para um quarto e começa a tirar a roupa! Como uma cena dessas só acontece em filmes pornôs, nem precisa dizer que eles já estão sonhando e a enfermeira e na verdade Freddy, né? Freddy/enfermeira o amarra na cama com sua própria língua (“What's wrong, Joey? Feeling tongue-tied?”, mais uma tirada sensacional!) e o deixa pendurado algo que parece um buraco para o inferno. Na sala de terapia em grupo eles também percebem que já estão sonhando; Kincaid descobre que é super forte nos sonhos; Kristen tem o poder de ser uma versão feminina da Daiane dos Santos; Will consegue andar nos sonhos e, como é um ultra mega nerd viciado em RPG (na época estava bem na moda), é também um mago; e Taryn tem o poder de ser punk (!?!?!?), e nem é uma punk de verdade, está mais para punk de butique, é uma pena por que eu adorava o visual meio grunge que ela tinha antes! A clone da enfermeira de Um Estranho no Ninho entra na sala e acorda a galera momentos antes deles serem atacados por Freddy, só que o Joey não acorda! Ele está em coma! E por isso Nancy e Neil são demitidos!

Paralelamente a tudo isso, Neil começa a ver uma freira vagando pelo hospital. Na noite em que foi demitido, ele a vê numa ala abandonada do hospital. A ala era usada para prender loucos perigosos e foi fechada depois que uma funcionaria do hospital foi trancada lá por engano e foi estuprada várias vezes. Essa funcionária, Amanda Krueger, só foi resgatada dias depois, quase morta e grávida! (No final do filme se descobre que a freira era a Amanda Krueger, mas isso já era meio obvio, né!?) A freira ainda diz que para matar Freddy deve-se enterrá-lo em solo sagrado.

Neil vai com o pai da Nancy procurar os restos de Freddy e Nancy vai tentar salvar Kristen depois de ser sedada! Seguem várias cenas legais: Will é atacado por sua cadeira, Taryn morre de overdose de Freddy, uma cena numa sala cheia de espelhos com vários Freddys que eu adorava quando pequeno (ainda adoro essa cena!), e uma cena muito mal feita com o esqueleto do Freddy lutando com o Neil e o pai da Nancy (parece muito com Fúria de Titãs antigo)! No final das contas Freddy acaba matando Nancy e seu pai! E Neil consegue enterrar Freddy jogando água benta e uma cruz nele (como assim? Freddy é vampiro agora!?!?), transformando o Freddy no mundo dos sonhos em luz!

Esse filme tem tudo que uma seqüência tem para ser boa: não é uma mera repetição do filme original, a história é bem diferente do primeiro filme, isso sem fugir muito das regras estabelecidas no original; há uma continuidade da história e principalmente na mitologia do Freddy; as cenas de mortes são bem elaboradas e muito bem feitas (sem contar as altas doses de humor negro), mas não se esqueceram da história para ligá-las; eles deram um jeito no cabelo da Nancy; é o melhor elenco da série (Patricia Arquette, Laurence Fishburne, a Dr. Simms, etc.) e os personagens não são tão irritantes como de costume; a volta de Wes Craven como um dos roteiristas, além de Frank Darabont (de Um Sonho de Liberdade e A Espera de um Milagre); Freddy está no auge de sua carreira como comediante; e os efeitos são não deixam tanto a desejar (é um filme de 1987!); e principalmente o final é bem conclusivo, não sou muito fã de soluções religiosas para filmes de terror, mas pelo menos é melhor que a psicologia barata dos dois primeiros! (aquela cena da luz da casa do Freddy acendendo depois que tudo acabou é extremamente desnecessária!!!) O grande problema é que deixou o lado dark do original e assumiu mais um aspecto mais de filme de fantasia!