domingo, 27 de setembro de 2009

Diario de bordo 5 - Epílogo

(originalmente publicado 20 de novembro de 2008)

Já cheguei de viagem faz mais de duas semanas e ainda não tive tempo (e saco) de escrever o epílogo das minhas aventuras pelo Pacífico. Pelo que me lembro ainda falta escrever sobre Nova Zelândia e a Austrália, que por sinal foram os lugares que eu mais gostei na viagem! Na verdade, apesar de ainda não conhecer vários lugares como Islândia, África do Sul e o glorioso estado do Piauí, tenho certeza absoluta que a NZ e a Austrália são os melhores lugares da Terra!!!!


O primeiro porto na NZ foi Auckland (maior cidade da NZ), talvez minha cidade favorita de toda a viagem. Pode ser porque a cidade é muito boa mesmo, ou porque eu fiz muitas coisas lá ou ainda porque eu não aquentava mais praia e sol (eu to muito negão nas fotos, falaram que eu to parecendo o Ross no episodio do bronzeamento + o episodio do clareamento do dente!)!!!!! É impressionante como a cidade é limpa e organizada. Demos uma volta pela cidade e logo depois já fomos para o SkyCity, que é um complexo de restaurantes, casino e a SkyTower. Dessa torre que eu cumpri minha segunda meta da viagem: fazer um SkyJump. São 192 metros de altura, não é um Bungejump, ta mais para um rapel em queda livre. O que interessa é que é muito bom!!!!!! Sempre quando vou a lugares altos tenho vontade de pular, não vejo a hora de fazer de novo!!! A vista lá de cima é incrível, e para melhorar ainda mais na hora que eu fui pular a chuva foi embora e abriu um super sol. Quando cheguei lá em baixo minha tia estava chorando e meus pais nem tinham ido ver! Depois fomos a um lugar lindíssimo chamado Bastion Point, é uma espécie de memorial (a um tal de Michael Joseph Savage, que eu até hoje não descobri quem é) e parque de onde se pode ver toda a cidade e as praias de Auckland. Na volta paramos no Kelly Tarlton’s Antarctic Encounter & Underwater World onde vimos pingüins, raias gigantes, tubarões e ovas de tubarão, que são muito estranhas!!! Passeamos pela cidade, nos perdemos um pouquinho e depois voltamos para o porto. Lá estavam festejando o Diwali, um festival hindu que lembra o retorno do deus Rama a seu reino de Ayodhya após 14 anos no exílio, durante os quais vence o rei diabo de Lanka, o caminho foi iluminado com lâmpadas, velas e desenhos tradicionais e que foi recebido com grande pompa em seu retorno a Ayodhya, daí os hindus ainda enfeitam suas casas com luzes similares às do Natal. Nunca imaginei que iria participar de um Diwali depois daquele clássico episodio de The Office escrito pela Kelly Kappur!!! Depois fomos ao Minus 5, um bar todo feito de gelo com temperatura de menos cinco graus.

O próximo porto foi Wellington, a capital da NZ, Windy Wellington para os íntimos. E põe windy nisso!!!! Nunca vi ventar tanto, o navio ancorou uma hora mais tarde do previsto porque não conseguia chegar perto do porto, tinha hora que nem conseguíamos andar!!!!! E ironicamente nessa cidade fizemos quase tudo a pé! A primeira coisa que fizemos foi procurar a camisa do All Black (time de rúgbi, um dos maiores símbolos da NZ) que meu irmão queria, ficamos rodando por umas 2 horas até achar a loja (depois que compramos a camisa passamos a vê-la vendendo em qualquer esquina). Fomos com o Cable Car até o ponto mais alto, de onde podia ver toda a cidade, descemos caminhando pelo jardim botânico, o jardim de tulipas foi o jardim mais bonito que já vi na minha vida! O jardim botânico ainda tinha vários lugares muito interessantes como a fonte da paz, que tinha uma pedra de Hiroshima. Continuando descendo pelo jardim ele virou cemitério, onde, estranhamente, muitas pessoas faziam jogging. O jardim terminava em frente ao prédio do parlamento e ao Beehive (prédio num formato de “colméia” que também faz parte do parlamento). Almoçamos num pub muito legal em frente ao parlamento com sátira aos políticos neozelandeses. Meus pais voltaram para o navio por causa do vento, e eu e minhas tias fomos ao Te Papa Tongarewa, um museu iterativo de historia natural muito legal!!! É o museu nacional da Nova Zelândia e seu nome pode ser traduzido como "o lugar dos tesouros desta terra".


Depois de Wellington fomos para Christchurch. Nem precisa dizer que uma cidade com esse nome tem uma igreja muito bonita. Em frente a essa igreja tem uma praça com ferinha, exposição de arte e vários artistas de rua. Uma das “obras de arte” era o espermatozóide do Darwin, um espermatozóide gigante roxo com uma mulher dentro (tinha janelinhas para poder ver a mulher!)! Fomos a Christchurch Gondola, que é tipo um teleférico (nessa cidade o teleférico se chama gondola e tem gôndolas semelhantes às de Veneza que se chamam Punting on the Avon). Passeamos pelo centro histórico da cidade, que é indescritivelmente bonito, passamos numa escola que mais parecia Hogwarts e vimos um acidente de carro em que o carro capotou dentro de uma loja e em menos de um minuto já tinha chegado bombeiro, policia e ambulância, e o transito já estava normalizado!!!


Nossa última parada na NZ foi Dunedin. A velharada da família resolveu pegar um trem, o Taieri George Railway, que supostamente era um passeio muito bonito. Os primeiros 15 minutos realmente foram, vimos montanhas, ovelhas, vacas da cara branca, cavalos com roupa, mais ovelhas, montanhas de novo, ovelhas, montanha, ovelhas... a viagem durou 4 horas, 4 horas vendo ovelhas e montanhas!!!! O pior é que foram duas horas para ir, chegamos ao alto da montanha onde podemos ver mais ovelhas e voltamos... pelo mesmo caminho!!! Mais 2 horas vendo ovelhas e montanhas, as MESMAS ovelhas e montanhas, e no finzinho, os mesmos cavalos com roupa e as mesmas vacas da cara branca (e mais ovelhas)!!!!!!! Nem sobrou muito tempo para ver a cidade. Fui correndo na Cadbury World (fábrica de chocolate), muito bom o chocolate por sinal. E antes de ir embora passamos na Baldwin Street, registada no Guinness World Record como a rua mais inclinada do mundo, a rua tem 350 metros de comprimento e seu declive máximo é de 1:2.86 ou 19 graus. Como fomos ver essa rua tivemos que pegar um caminho diferente para ir ao porto, e esse outro caminho tinha uma vista inacreditável!!! A saída de Dunedin também foi inacreditável!!! Foi definitivamente a saída mais bonita da viagem!!!!

No dia seguinte passamos pelo Fiorland National Park, que são formados por 15 fjords. Passamos por 3: Mitre Peak, Milford e Doubtful Sounds, são bonitos mas bem parecidos com os do Alaska. Para quem não sabe (mesmo já tendo ido aos fjords do Alaska eu não sabia definir o que é um fjord!) fjords são enseadas compridas e profundas, de águas salgadas, que se estendem por muitos quilômetros pelo interior do continente. Os fjords formaram-se, originalmente, devido a ação de imensas placas de gelo chamadas geleiras, ou glaciares, que se movimentam em rumo ao mar como se fossem grandes rios congelados. Os fjords modernos só existem em regiões costeiras montanhosas onde o clima é, ou foi, frio o suficiente para permitir a formação de geleiras abaixo do nivel atual do mar. estendem por muitos quilômetros pelo interior do continente.


Por fim chegamos em Sydney!!! Por mais legal que a cidade seja, o melhor mesmo foi reencontrar a Patty!!! Já fazia quase um ano que ela tinha ido para lá!!!! A cidade é realmente muito bonita. Adorei a Opera House, o QVB, o Darling Harbour, Bondi Beach... Fomos ao zoológico, mas estava com várias coisas em reforma, não vimos nem o demônio da tasmânia, nem o ornitorrinco. E estava muito sol, a maioria dos animais estava se escondendo na sombra. O pessoal ficou bem decepcionado, eles queriam que os cangurus ficassem pulando sem parar com os canguruzinhos nos bolsos!!! Eu adorei o zoológico, pena que não deu para passar o dia todo lá!!! Sem contar que tem a melhor vista da Opera House e o centro de Sydney!!!!

A viagem de volta foi boa, mas muito cansativa!!! A parte do vôo de Sydney para Auckland foi cancelada, então tivemos que pegar um vôo da NZAir e esperamos 5 horas no aeroporto de Auckland. Pelo menos o vôo estava vazio! O mais estranho é que saímos no dia 28 as 21:00 de Auckland e depois de 12 horas de vôo chegamos dia 28 as 16:00 em Santiago. E no Chile ainda conseguimos ir rapidinho em Vina del Mare.

Obs: Tenho que prestar respeito ao Capitão James Cook, meu novo herói!!! Não teve um dia que não escutei falar desse indivíduo!!! Nunca tinha ouvido tanto de uma pessoa em tão pouco tempo, escutei mais sobre ele nessa viagem que sobre a Britney Spears em revista de fofoca na época que ela tinha surtado!!!! Ele foi um navegador inglês (27/10/1728-14/2/1779). Nascido em Marton-in-Cleveland, Yorkshire, muda-se em 1746 para Whitby, onde estuda náutica, matemática e astronomia. Em 1755 ingressa na Marinha britânica. Excelente cartógrafo, é incumbido de fazer três viagens de circunavegação. Em 1768, no navio Endeavour, é o comandante escolhido para levar membros da Royal Society ao Taiti, para observar a movimentação do planeta Vênus, na primeira expedição científica pelo Pacífico. Durante a viagem, descobre o arquipélago que batiza de Ilhas Sociedade, na Polinésia Francesa, e mapeia toda a Nova Zelândia e partes da Austrália. Na volta, cruza o estreito de Torres, no sul da Nova Guiné, em 1771. Um ano depois, comandando as naus Resolution e Adventure, chega à mais baixa latitude ao sul alcançada até então (70°10''S), cruzando pela primeira vez o círculo polar Antártico, e descobre as Ilhas Cook. Em 1776, com os navios Resolution e Discovery, parte em sua última missão e descobre o arquipélago do Havaí, que chama de Sandwich. Costeia a América e atravessa o estreito de Bering, chegando ao Ártico. Retorna ao Havaí, onde é morto por nativos. A preocupação de Cook com a saúde e a alimentação de sua tripulação tornou seu nome uma referência. Em sua primeira viagem, nenhum membro da tripulação morre de escorbuto, doença causada pela falta de ácido ascórbico no organismo e responsável pela morte de muitos marinheiros até o século XVIII.

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